![]() |
| Foto: Marcello Casal Jr. |
A iniciativa ocorre simultaneamente em todo o País, com atendimento voluntário de especialistas.
A dermatologista Bárbara Carriço, presidente da SBD no Estado, reforça a convocação para que pessoas com manchas, pintas suspeitas ou feridas persistentes procurem o serviço. Para a médica, a ação tem importância ainda maior no Rio Grande do Norte devido à incidência solar ao longo de todo o ano.
A presidente da SBD-RN explicou que o objetivo da campanha Dezembro Laranja é reforçar a prevenção e aumentar a busca por diagnóstico precoce. “O Dezembro Laranja é um mês completo de conscientização sobre o câncer de pele, mas nós temos um dia D de atendimento, um mutirão”, disse ela em entrevista à TV Tropical nesta quarta-feira 10.
A médica detalha os principais sinais de alerta que devem motivar a busca por avaliação dermatológica. Ela enfatizou que alterações aparentemente pequenas podem ser indícios importantes de malignidade. “Uma ferida que não cicatriza, uma pinta nova que começa a crescer, ou uma que você já tinha antigamente e ela começa a ficar diferente, são sinais de alerta para que aquela lesão possa estar se transformando num câncer de pele”, afirmou.
Essas alterações podem surgir em qualquer parte do corpo, embora as áreas mais expostas ao sol estejam mais suscetíveis. Ela reforçou que a detecção precoce é determinante para o sucesso do tratamento.
Proteção solar deve começar cedo e seguir regras básicas
A dermatologista também explicou a forma correta de usar o protetor solar. Bárbara Carriço esclareceu que a recomendação é usar o produto a partir dos 6 meses de idade. O fator de proteção deve ser no mínimo 30 — e idealmente mais alto para pessoas de pele clara.
Bárbara Carriço, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no RN – Foto: Reprodução/Tv TropicalA médica destacou que a eficácia do produto depende do modo de uso. “O mais importante é que a gente use a quantidade adequada, de forma generosa, e reaplique o protetor a cada duas horas.” Sobre os protetores com cor, muito utilizados no dia a dia, sobretudo por mulheres, ela afirmou: “O protetor solar com cor de base tem uma proteção adicional para luz visível.” Mas reforçou que qualquer produto de FPS 30 ou superior é considerado adequado.
Para crianças, a regra é a mesma quanto ao FPS. A proteção deve ser rigorosa, sobretudo nos horários de maior intensidade solar. A orientação é evitar a exposição entre 9h e 15h. Bárbara ressaltou que o bronzeamento, mesmo aquele que não causa queimadura aparente, já é prejudicial. “A pele que fica bronzeada tem risco de ter mutação e desenvolvimento de câncer de pele.” Por isso, segundo ela, a recomendação é priorizar horários apropriados e reforçar barreiras físicas de proteção: roupas, chapéus, óculos e tecidos com proteção UV.
Bronzeamento artificial continua proibido no Brasil
A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do RN também abordou o bronzeamento artificial, proibido no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A legislação impede o uso de câmaras de bronzeamento devido aos riscos comprovados à saúde. Questionada sobre o tema, ela foi categórica: “Não deve ser feito, e bronzeamento de nenhum tipo é recomendado, pois aumenta significativamente o risco do câncer de pele.”
Segundo especialistas, o uso de câmaras representa risco maior que a exposição solar natural, pois concentra radiação ultravioleta em níveis prejudiciais. Bárbara reforçou que o objetivo da campanha é justamente desestimular práticas desse tipo e incentivar escolhas mais seguras.
Prevenção deve ser incorporada ao cotidiano
O Rio Grande do Norte possui índices elevados de radiação solar ao longo do ano, o que torna o Estado um dos locais onde a prevenção deve ser permanente. Essa condição climática exige cuidados específicos da população, como hidratação adequada, atenção redobrada com crianças e idosos e uso diário de protetor solar, não apenas em momentos de lazer.
A campanha Dezembro Laranja busca chamar atenção para esse tema, mas a dermatologista alerta que os cuidados devem continuar após o período de mobilização. A exposição solar acumulada ao longo da vida é um fator determinante para o aparecimento de lesões, e a cultura do bronzeamento ainda persiste em muitas regiões do país. Para a médica, cada pessoa deve compreender seu próprio risco e adotar medidas consistentes de proteção.
*Agora RN

Nenhum comentário:
Postar um comentário