Brasil vence primeiro Oscar com “Ainda Estou Aqui”

O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, venceu o Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional, marcando a primeira vitória do Brasil na premiação. O longa, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, desbancou favoritos como “Emilia Pérez”, “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha), “Flow” (Letônia) e “A Garota da Agulha” (Dinamarca).

Em seu discurso, Salles dedicou o prêmio “a duas mulheres incríveis”: Fernanda Torres, indicada a Melhor Atriz, e Fernanda Montenegro, que participa do filme e estrelou “Central do Brasil”, primeiro longa do diretor a concorrer ao Oscar em 1999. “Este prêmio é um reconhecimento à força do cinema brasileiro e à resistência de nossa história”, afirmou.

“Ainda Estou Aqui” é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e retrata a vida da família Paiva durante a ditadura militar no Brasil. A trama acompanha o desaparecimento de Rubens Paiva (Selton Mello), levado por militares à paisana, e o impacto desse evento em sua esposa Eunice (Fernanda Torres) e seus filhos.

O elenco ainda inclui Valentina Herszage, Maeve Jinkings, Antonio Saboia, Olívia Torres, Humberto Carrão, Dan Stulbach, Charles Fricks, Luiz Bertazzo, Caio Horowicz e Daniel Dantas.
“Ainda estou aqui” marca retorno do Brasil ao Oscar após 28 anos

A cerimônia do Oscar 2025 ocorreu neste domingo 3, em Los Angeles. “Ainda Estou Aqui” marca o retorno do Brasil à categoria de Melhor Filme Internacional após 28 anos, desde “O Quatrilho” (1996).

A vitória foi celebrada por veículos internacionais, como a revista Variety, que afirmou: “O filme de Salles é uma obra-prima que ressoa além das fronteiras do Brasil”.

Com orçamento de R$ 40 milhões, o filme já havia sido aclamado em festivais como Cannes e Toronto, consolidando-se como um dos principais títulos do cinema brasileiro em 2025.

Aluna de oficinas Curta Caicó destaca o audiovisual como instrumento de resiliência

O Festival de Cinema Curta Caicó está na sua 7ª edição, fomentando a produção audiovisual no Seridó, com laboratórios para jovens roteiristas, mostras de filmes, e oficinas audiovisuais.

Um circuito de oficinas foi realizado nas escolas públicas da região do Seridó, com professores de cinema, nas cidades de Caicó, Ipueira, São Fernando, Serra Negra do Norte e Timbaúba dos Batistas, envolvendo mais de 100 estudantes e professores.

Entre os estudantes, Hevelly Fernandes, 18 anos, da Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel, de São Fernando, destaca a arte audiovisual como instrumento de resiliência.

“Quando me vi em uma situação de solidão, encontrei refúgio na escrita, nas câmeras, no teatro. Fui me encontrando em cada personagem que era interpretado, ganhando uma nova versão da vida a cada roteiro escrito. Percebi então, que através da arte estava encontrando vida. Mesmo em uma situação difícil, através da arte, conseguia extrair o melhor”, explica Hevelly Fernandes.

Na experiência de oficina do Curta Caicó, Hevelly teve a oportunidade de vivenciar a troca de experiências e fazer novas aprendizagens neste universo de possibilidades que é o audiovisual. “A experiência com o curta foi algo diferente. Tive trocas de experiências e aprendi muito com o professor. Quero continuar fazendo, porque foi através desta arte, que meu coração voltou a bater”, diz com entusiasmo.

Na Escola Estadual Walfredo Gurgel, de São Fernando, o curta produzido é “O Grito de Socorro” e trata de uma história real. O filme será exibido na culminância do Festival de Cinema Curta Caicó, em outubro.

O Curta Caicó dialoga diretamente com os Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU. E a realização de oficinas em escolas públicas é uma oportunidade de aprendizagem da linguagem audiovisual aos professores e alunos das escolas públicas.

O 7º Curta Caicó é uma realização da Agência Referência, Fundação José Augusto, Secretária Extraordinária de Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Patrocínio da Neoenergia Cosern, Instituto Neoenergia e MC Telecom, através do Programa Cultural Câmara Cascudo. Apoio da Místika, 10ª Direc, Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte e Los Angeles Brazilian Film Festival.

*Jair Sampaio