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19 março 2022

Agricultores potiguares celebram dia de São José com expectativa de boas chuvas para o ano; entenda tradição

Agricultor Eudes Batista aguarda chuva no Dia de São José, no RN — Foto: Cedida
É uma tradição no sertão do Rio Grande do Norte. Para os agricultores, a chuva no dia 19 de março significa uma boa temporada de inverno, para regar as plantações das diversas culturas.

O agricultor Eudes Batista, de 36 anos, mora na comunidade do sítio Melancias, zona rural de Mossoró, região Oeste potiguar, e conta que aguardou a data com ansiedade.

"A gente espera que seja um dia muito chuvoso pra que a gente possa retomar as plantações, para que a gente possa colher daqui a uns dias, né?", comenta.

Alcimar Lima, de 29 anos, agricultor que mora em Severiano Melo, aguardava a chuva cair, ao longo do dia, para poder comemorar.

"O dia é muito esperado pelos agricultores nordestinos. Aqui no Rio Grande do Norte é um dia que significa esperança de um bom inverno, de um uma boa colheita, de uma boa safra. Segundo a tradição nordestina, a chuva no dia 19 de março significa que o restante da quadra chuvosa é de muita fartura", contou.
Alcimar mostra plantação e diz que aguarda chuva no dia 19 de março como sinal de bom inverno. — Foto: Cedida
Pelo menos na capital do estado, Natal, o dia amanheceu chuvoso, com precipitações de cerca de 40 milímetros em cerca de seis horas.

Em Mossoró, agricultores participaram da tradicional missa na Igreja de São José, no site Bom Jardim. A programação também contava com uma procissão.

Para além da tradição, a meteorologia explica, em parte, a tradição sertaneja. Segundo o chefe do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, Gilmar Bristot, a data está muito perto da mudança de estações, do verão para o outono, o que propicia chuvas.

Nesse período, segundo ele, há maior possibilidade de chuva. Mas ele considera que a chuva no dia 19 não significa necessariamente que haverá um bom inverno ao longo do ano, o que depende mais das condições dos oceanos.

"Esse momento da mudança de estação fisicamente explica a questão do dia de São José ser um dia que orienta o agricultor. A mudança de estação acontece próximo do dia de São José, entre 21 e 22 de março. Nesse momento, a atmosfera fica muito sensível devido ao maior aquecimento por parte do sol, porque os raios solares ficam perpendiculares nessa faixa equatorial. Você tem uma concentração maior de calor gerando uma área de baixa pressão em que a zona de convergência, que é o encontro dos ventos alísios de nordeste com os alísios do sudeste, ocupa essa região aqui sobre o Nordeste e propicia essa ocorrência de chuva", diz.

"Mas a questão de ser um ano bom ou não de chuvas depende muito das condições dos oceanos. O Oceano Pacífico tem que estar normal a frio e o Atlântico Sul precisa estar mais aquecido que o Atlântico Norte. Acontecendo isso, você tem a presença das instabilidades vinculadas aí à zona de convergência e ocorrência de chuvas", explicou.

*Do G1 RN

10 maio 2021

BARAÚNA-RN: Agricultores investem em produção de feijão verde irrigado no Oeste potiguar: 'mudou minha vida'

O agricultor José André da Silva está investindo no cultivo do feijão verde em uma área de um hectare da sua propriedade, localizada no Assentamento Sumidouro, em Baraúna, no Oeste potiguar. Mas uma diferença marca a produção dele, para o que ele aprendeu com o pai: o uso da irrigação na produção. 

O cultivo do feijão irrigado tem se firmado entre os mais importantes na agricultura familiar, em Baraúna. Segundo a Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte (Emparn), em algumas épocas do ano, a área de cultivo irrigada do feijão verde chega a ser de até 200 hectares. Para os agricultores, o plantio representa 30% da renda familiar. 

Por enquanto, a plantação do feijão da variedade paulistinha, de André, ainda está em fase de desenvolvimento. Daqui a algumas semanas, as vagens começam a crescer e poderão ser colhidas com o feijão ainda verde. A área deverá produzir em média 5.000 kg do grão. 

"Eu sempre plantei feijão com meu pai, desde pequeno. O feijão irrigado está sendo novo para mim. Esse é o meu terceiro ciclo e é bom demais. É um feijão de qualidade que dá orgulho da gente trabalhar", conta. 

Em outras épocas, essa mesma área é utilizada para o plantio de outras culturas como a melancia, também tradicional da região de Baraúna. Nesta época do ano, durante o período chuvoso, o feijão irrigado disputa lugar no mercado com o chamado plantio de inverno - aquele feijão plantado que depende exclusivamente da chuva para crescer. Mesmo assim, o preço que tende a baixar ainda segue satisfatório para André, que vende a produção para atravessadores. 

"Agora no inverno o preço baixou um pouco. Estou vendendo a R$1,50 o kg. Mas na época do verão, a gente chega a vender a R$ 2,50. É um preço bom", considera. 

Quem também produz o feijão verde irrigado é o agricultor Aderson Bezerra. O cultivo nas terras dele, no Assentamento Poço Baraúna, começou há mais de 20 anos. De lá pra cá, o feijão tem ganhado um papel significativo em meio às outras produções. Na propriedade dele, o grão é plantado em consórcio com outros cultivos. As carreiras de feijão dividem o solo com bananeiras e pés de milho. 

"O feijão é uma cultura muito importante para o nosso município, tendo em vista que grande parte dos pequenos produtores planta o grão. Todos estão produzindo bastante e o mercado é muito bom. Até porque todo mundo consome feijão verde", conta Izac Abreu Júnior, que é extensionista do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). 

Além dos benefícios para o bolso, o cultivo do feijão também faz bem ao solo. Segundo o especialista, o feijão é importante na rotação de outras culturas. "Quando você planta o feijão, o solo se regenera. O pé de feijão funciona como uma planta regeneradora do solo", diz. 

O feijão irrigado também trouxe benefícios à vida da agricultora Dorotéia Medeiros. Acostumada à vida no campo, há 10 anos ela e família começaram a investir no plantio irrigado. Hoje, participa do ciclo completo. Planta, colhe e vende toda a produção.

O foco dela é o mercado local para supermercados, restaurantes e outros fornecedores. A produção também é destinada para programas da agricultura familiar como o Compra direta e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). 

Durante a semana, ela chega a vender cerca de 40kg de feijão verde por dia. No fim de semana, as vendas dobram. 

"Todos os dias eu saio da zona rural e vou até o centro de Baraúna para vender o feijão verde. São 7 km todos os dias que eu percorro. O feijão verde mudou a minha vida e a da minha família. Depois que começamos a plantar irrigado, ajudou muito na nossa renda", revela. 

A venda de toda a produção ficou mais fácil depois que a agricultura conseguiu adquirir essa máquina que faz a debulha do feijão de forma automática. As vagens são colocadas no equipamento e em poucos minutos o feijão tá pronto para ser empacotado e vendido. O bagaço que sobra também não se perde é vendido aos criadores de animais para alimentar o rebanho. Com a máquina, a agricultora também conseguiu outra oportunidade. A debulhadeira é usada por outros produtores da região. 

"Antigamente, a gente passava uma tarde e uma noite pra debulhar 50kg de feijão e mesmo assim tinha que ter ajuda de muitas pessoas. Hoje em dia, a máquina faz tudo sozinha e é muito rápido. Além disso, eu também trabalho com o serviço da debulha para outros produtores que vem aqui usar a máquina. Então é mais uma renda extra graças ao feijão verde".

*Do G1 RN 

11 abril 2021

MOSSORÓ-RN: MULHERES DE COMUNIDADE RURAL SE UNEM PARA PLANTAR E PRODUZIR EM QUINTAL COLETIVO

Mulheres de uma comunidade rural no município de Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte, se uniram para plantar e produzir alimentos em um quintal coletivo. A estratégia é chamada de "quintal produtivo". 

Uma dessas produtoras é a agricultora Eliete Costa, que vive no Assentamento Favela. Todo o espaço disponível na localidade, que tem cerca de 1 hectare, é aproveitado para plantação. "Meu quintal é dividido em várias partes. Uma parte é minha casa, tem a parte do calçadão com a cisterna, e tem essa parte aqui que tem 80 pés de acerola e 40 pés de cajueiro", disse. 

Esse é um dos exemplos de convivência com o semiárido aliado às boas práticas da agricultura familiar. Ao longo dos anos, Eliete Costa foi beneficiada com vários projetos que fortalecem à atividade no campo. No assentamento, por exemplo, eles utilizam caixas d'água para um sistema de reaproveitamento de água - que é usado durante o período mais seco do ano pra irrigar os pomares e as hortaliças. A placa solar ajuda a economizar energia na hora de tirar a água da cisterna do calçadão para a caixa d'água. 

Ainda tem um "minhocário", um dos principais responsáveis pela boa produção. Neste espaço é preparado o húmus, adubo natural que conta com a ajuda das minhocas californianas indispensáveis na preparação de uma bom composto orgânico, como explica o engenheiro agrônomo Ranieri Lira, que atualmente faz parte da equipe de técnicos agrícolas do município que acompanha e orienta a agricultora. 

"Nós vamos ter um produto final riquíssimo em nutrientes, que é o húmus de minhocas. Esse húmus serve pra utilizar na produção de mudas ou na produção de bandejas de hortaliças. O resultado final traz um substrato riquíssimo em nutrientes para as sementeiras. A planta vai ter um maior vigor e aí teremos um resultado final que é uma planta sadia", explicou. 

A filha de Eliete, LucianaClementino, também ajuda no trabalho do campo, além de manter a horta própria na casa dela. 

"Graças a Deus eu nunca senti vontade de sair daqui e ir pra outro canto e se Deus quiser vou acabar meus dias aqui trabalhando na agricultura", disse.

Trabalho em comunidade  

Mãe e filha fazem parte de um grupo formado por 11 mulheres da comunidade favela. E o que todas essas mulheres têm em comum? Vontade de produzir 

Pra aumentar e diversificar ainda mais a produção, o grupo de mulheres conseguiu essa área que fica aqui mesmo na comunidade. É um espaço de cinco hectares que será utilizado como uma área agroflorestal. O objetivo dessas mulheres é produzir ao longo de todo ano mais de dez culturas diferentes. 

"Aqui na época do inverno a gente pode produzir milho, pode produzir feijão de sequeiro, quando chegar setembro tem a safra do caju, da manga, tem o tamarindo, a seriguela, tem a macaxeira, jerimum", explicou Luana Clementino, líder do grupo de mulheres.

O feijão que já foi plantado está começando a aparecer e as estacas dos pés de cajarana já vingaram. Ao todo, foram 70 estacas plantadas na área. Quando as plantas estiverem no ponto ideal da produção, a expectativa do grupo é que a cajarana se torne o principal produto de venda. Isso porque a fruta desperta uma grande procura o ano inteiro. Boas vendas significam renda permanente para as mulheres e as famílias. 

"É muita coisa que em um espaço onde está agregado essas 11 mulheres que têm família, e algo que vai com certeza melhorar nossa renda, dá outra vida à nossa comunidade com renda também e almejar nossos sonhos, que é o principal objetivo: a gente sonhar juntas e realizar", disse Luana Clementino. 

E é com esse sentimento que a agricultora Jessina Olivera também quer aumentar a produção agroecológica que mantém com a família. Na casa dela, todo mundo se envolve com a agricultura familiar. As atividades são diversas: desde a produção de mudas de caju para venda, além da criação de bichos e do pomar recheado de pés de acerolas carregados com a fruta. Tem também goiaba e o feijão, plantado há trinta dias que está se desenvolvendo bem com a chuva, que na região do assentamento, chegou de forma satisfatória este ano. 

"A gente trabalhava no quintal e já estava sem espaço pra plantar. Aí surgiu o grupo e com isso a gente conseguiu mais um hectare de terra, que é um espaço que a gente vai colocar um novo plantio. A gente já plantou a cajarana, o feijão e pretendemos também plantar a horta quando melhorar a situação da água. A gente está providenciando pra ter uma hortaliça com um espaço bem maior", disse Jessina.

*Do G1 RN

27 janeiro 2020

APODI-RN: AGRICULTORES PARTICIPAM DE FORMAÇÃO PARA PRODUZIREM SEMENTES CRIOULAS

Fotos: Diógenes Nóbrega
O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), realiza nesta quinta e sexta-feira (25 e 26 de julho) um curso de formação voltado para a produção agroecológica de sementes crioulas, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi.
O curso precede a execução do programa PAA Sementes, que iniciará em 2020 com a aquisição de 50 toneladas de sementes crioulas de milho, feijão, fava, sorgo, arroz vermelho, jerimum e castanha de caju. Trata-se da maior aquisição de sementes crioulas do Brasil até então, que serão distribuídas a cerca de 3 mil famílias de agricultores do Estado.
Durante o curso de formação, os participantes aprenderão mais sobre manejo, colheita e armazenamento das sementes, com foco na agroecologia. O grupo terá a oportunidade de assistir demonstrações práticas de testes de germinação, como escolher o local da produção, preparação da área, controles de doenças e ataque de insetos, além de conhecer aspectos da legislação exigidos no PAA-Sementes.
O PAA Sementes – “Sementes da Tradição” – é uma parceria da Sedraf com a Conab/Mapa, Emater-RN, Uern, Ufersa, ongs, Asa Potiguar, Fetarn, Fetraf, MST, cooperativas, associações e casas comunitárias de sementes crioulas.


*Sedraf-RN.