O número de casos prováveis de dengue no Rio Grande do Norte em 2024 chegou a 908, segundo, segundo atualização do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Há ainda uma morte em investigação.
No Brasil, são 408 mil casos suspeitos, além de 62 mortes confirmadas, enquanto há outros 279 óbitos em investigação.
A média nacional aponta 201 casos de dengue por 100 mil habitantes. Mas, em alguns estados, esse coeficiente é bem maior O Distrito Federal, por exemplo, registra mais de 1.700 casos por 100 mil habitantes. Na sequência proporcional de casos, aparecem Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás.
Em número absoluto, Minas Gerais lidera, com mais de 143 mil pessoas registradas com dengue, seguido por São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Na outra ponta, com menos casos, aparecem dois estados do Nordeste: Piauí e Paraíba. As mulheres são as mais afetadas, com 55% dos registros, contra 45% dos homens.
O número de mortes, 62, praticamente não aumentou comparando as primeiras cinco semanas deste ano com o mesmo período do ano passado, quando a dengue matou 61 pessoas. Já o número de casos graves mais do que triplicou. Nas cinco semanas deste ano, foram quase 4.600 casos, contra 1.355 registros, no mesmo período, em 2023.
Sala de situação no RN
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) ampliou o monitoramento dos casos de dengue, zika e chikungunya, com a instalação da Sala de Situação Estadual das Arboviroses (SEArbo). O instrumento serve para reunir e coordenar as ações de todas as áreas técnicas da Sesap no enfrentamento ao quadro das doenças, tratando dos eixos da assistência, vigilância epidemiológica, controle vetorial, interface com a sociedade, pesquisa e resposta.
A abertura oficial da SEArbo reuniu coordenadores de vigilância em Saúde do nível central da Sesap e de todas as Regionais, com a presença da Secretária de Estado da Saúde Pública, Lyane Ramalho, que ressaltou a importância dos dados para o controle da doença. “O Rio Grande do Norte ainda não está em momento de epidemia de dengue, por isso queremos contar com todos os gestores para não chegarmos à situação em que se encontram alguns estados do Brasil”.
A coordenadora de vigilância em saúde da Sesap, Diana Rego, apresentou todas as ações realizadas desde a nota de alerta emitida pelo MS em novembro passado. “Vamos entender o cenário do Rio Grande do Norte, fazer o alinhamento das ações e pôr em prática as estratégias”, ressaltou.
Inicialmente, a SEArbo terá reuniões semanais para avaliação de cenário e planejamento de ações estratégicas, com um acompanhamento diário da situação, evolução dos casos notificados e demais aspectos. O grupo também passa a fazer a articulação com gestores municipais e demais órgãos e entidades do poder público, assim como elaborar relatórios técnicos sobre a situação epidemiológica e das ações em curso, além de divulgar à população informações sobre a situação epidemiológica e assistencial no estado.
A medida de instalação do SEArbo segue um plano que vem sendo traçado pela Sesap desde novembro de 2023, quando o Ministério da Saúde emitiu um alerta a respeito da previsão da alta de casos de dengue no país para 2024, o que vem se concretizando. Desde então, a Sesap manteve diálogo constante com os municípios, tendo emitido uma nota técnica de orientação para as ações de enfrentamento, em especial à dengue, além de diversas visitas técnicas nos municípios identificados como os de maior potencial crítico.
CENTRO DE OPERAÇÕES
Após a instalação da Sala de Situações, o próximo passo é convocar o Centro de Operações de Emergência de Arboviroses (COE). O mecanismo visa reunir entes que atuam além da saúde pública para o enfrentamento da dengue no RN.
Seguindo o modelo de atuação do COE do Ministério da Saúde, instalado oficialmente no fim de semana passado, a instância local, sob coordenação da Sesap, vai agir no planejamento, organização e controle das medidas de resposta ao quadro da dengue no estado. O objetivo central do COE é expandir, de forma conjunta, as ações para áreas como a infraestrutura, educação, segurança, entre outras, ampliando assim a capacidade de atuação do poder público na proteção à população.