Os vestígios são de duas espécies diferentes: um saurópode, com cerca de 9 a 12 metros de altura, e um ornitópode, com cerca de 8 metros de comprimento.
As pegadas foram encontradas num local chamado de Fazenda dos Pingos, localizado na Formação Açu da Bacia Potiguar, próximo à cidade de Assu, cerca de 200 quilômetros distante da capital Natal.
De acordo com os pesquisadores, os dinossauros habitaram o estado há cerca de 120 milhões de anos, no período chamado de Cretáceo.
Pegadas de dinossauros foram identificadas pela primeira vez no Rio Grande do Norte RN — Foto: Divulgação/UFRN
As duas espécies identificadas eram herbívoras, ou seja, se alimentavam apenas de folhas. Os saurópodes são os famosos dinossauros pescoçudos, segundo os pesquisadores. Já os ornitópodes tinham como características as patas que lembram as de aves.
De acordo com a UFRN, embora não tenham sido localizados ainda fósseis de dinossauros no Rio Grande do Norte, as pegadas descritas pelos pesquisadores comprovam, de forma definitiva, que os dinossauros estiveram em solo potiguar.
Fósseis de dinossauros já chegaram a ser identificados na Bacia Potiguar, mas essa formação geológica abrange também uma parte do Ceará e as descobertas ocorreram no lado cearense da bacia.
Pegadas de dinossauros foram identificadas pela primeira vez no Rio Grande do Norte RN — Foto: Divulgação/UFRN
O processo de descoberta e identificação foi publicado no último dia 27 de setembro em artigo na edição especial em homenagem a Diógenes de Almeida Campos do periódico “Anais da Academia Brasileira de Ciências”.
O trabalho é assinado por um trio de pesquisadores: a professora Maria de Fátima C. F. dos Santos, do Museu Câmara Cascudo da UFRN, ex-diretora da instituição e hoje aposentada; Fernando Henrique S. Barbosa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); e por Giuseppe Leonardi, do Instituto Cavanis (Veneza, Itália), uma das maiores referências mundiais na identificação de pegadas de dinossauros.
Reconstrução artística dos produtores de vestígios, mostrando o provável ambiente de vida dos animais — Foto: Divulgação/Arte/Guilherme Gehr
*Do G1 RN