Morando no Rio desde os 13 anos, trabalhou na Rádio MEC. Algumas fontes afirmam que permaneceu nesta rádio até se aposentar, porém a Enciclopédia Itaú Cultural afirma que o poeta foi funcionário da referida empresa de 1963 a 1978 e redator do jornal A Voz do Nordeste e da revista Abnorte-Sul de 1980 a 1988. Cursou o 1º e 2º graus no Liceu Literário Português e graduou-se em Letras na PUC/RJ (1973).
Em 1966 publicou seu primeiro livro, “Um Resto de Razão” (Edições de Ouro), e lançou o primeiro folheto de cordel, “Punhos Rígidos”. Seu poema, “Meninos de Rua e a Chacina da Candelária”, foi traduzido para o francês por Jean Louis Christinat e o folheto biográfico “Mahatma Gandhi” recebeu cumprimentos da Embaixada e do Consulado da Índia, e foi traduzido também para o alemão e para o inglês, neste último idioma por Manoel Santa Maria.
Gonçalo Ferreira abriu espaço para vários mossoroenses adentrarem à Academia Brasileira de Literatura de Cordel, como Antônio Francisco, Marcus Lucena e Crispiniano Neto. A editora Queima-Bucha, de Mossoró publicou vários títulos de cordéis do vate cearense. O seu cordel “Senhor dos Anéis”, foi ciado numa prova de Física no ENEM no ano passado.
O poeta, membro da ABLC e presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto comentou a partida de Gonçalo: “Com o falecimento do presidente da (ABLC) Academia Brasileira de Literatura de Cordel, poeta Gonçalo Ferreira da Silva, o Ceará e o Brasil perdem um dos maiores cordelistas de todos os tempos. É realmente uma perca enorme. Esse ilustre cearense, por muitos anos esteve à frente da prestigiosa instituição já citada, acima, sempre com muito zelo e determinação. Cordelista de primeiríssima qualidade, escrevendo com muito conhecimento das regras da poesia, de forma quase ímpar. No cordel foi biógrafo de vultos de fama universal, tais com: Platão, Sócrates e muitos outros. Empregando o que o cordel perfeito mais exige: métrica perfeita e rima correta. Escrevia também sonetos e outras modalidades de poesia, com muita perfeição”.
O músico mossoroense Marcus Lucena também comentou a partida de Gonçalo Ferreira: “Convivi durante três décadas com Gonçalo Ferreira da Silva. Em alguns momentos estive mais presente em sua vida que na atualidade. Passamos juntos por momentos alegres e difíceis na história da ABLC durante esse tempo. Fui dirigente da instituição junto com ele, portanto bebi da fonte do seu talento e conheci de perto o homem e o Poeta. Por isso estou muito triste e sentido com essa notícia. Todos nós que convivemos durante tanto tempo com o Mestre Gonçalo, estamos muito mexidos com sua passagem.”
Poetas têm homenageado Gonçalo desde a notícia do seu falecimento. Confira abaixo.
Mestre Gonçalo buscou
No Cordel sua verdade
Durante uma vida intensa
Semeou tanta bondade
Plantou roças de poemas Abordando tantos temas
Agora virou saudade.
Partiu p’ra eternidade
Mas deixou flores em vida
Fundou a Academia
Sua obra mais querida
Nos deixou poemas lindos
Os poetas são infindos
Mas têm data de partida.
Marcus Lucenna
(O Cantador dos Qu4tro Cantos)
. . .
Acabou de falecer
Nosso Gonçalo Ferreira!
Um professor e poeta
Que passou a vida inteira
Sendo poeta fiel
Do folheto de cordel
Da cultura brasileira.
Adeus Gonçalo Ferreira
Escritor e menestrel.
Poeta de A à Z
De todos o mais fiel,
Você fez o impossível
Pra ninguém manchar o nível
Da cultura de cordel.
Nossa ABLC
Não sabe o quanto perdeu;
A casa, são SARUÊ
Partiu junto ao nome seu…
Que lacuna impreenchível
Pra quem atingiu o nível
Que a cultura mereceu.
Poeta Miguel Bezerra.
*Difusora de Mossoró