Stella Souza, de 33 anos, Hugo Pereira, de 32, e o filho deles, Sol de Souza, de 7 meses, morreram no local — Foto: Arquivo pessoal |
O empresário náutico Igor Caetano testemunhou o acidente e tentou socorrer as vítimas. Ele contou que a mãe abraçou o filho na tentativa de protegê-lo.
"A gente cavou até encontrar o pai, e depois encontramos a mãe e a criança. O menino ainda estava respirando. Por coincidência, uma médica estava passando aqui na hora. Ela tentou reanimar a criança, mas não teve mais jeito", disse Caetano.
Na hora do acidente, o casal e o bebê estavam sentados perto da falésia – o cachorro da família também morreu soterrado.
João Marinho, primo de Stella, contou que, quando a equipe de resgate chegou ao local, já encontrou a família sem vida.
"Eu sou nascido e criado aqui e sempre aconteceu isso, mas cada vez mais o mar está destruindo a falésia. A gente vê os turistas aproveitando a sombra das falésias e pede pra eles saírem porque a gente sabe do risco", afirmou ele, que é pescador.Conforme as marés enchem e atingem a falésia, sua base vai sendo desgastada, o que deixa a parte de cima mais vulnerável a desabamento.
Pipa é um distrito de Tibau do Sul, que fica a cerca de 100 km de Natal. Além das praias, o local é conhecido por festivais culturais e gastronômicos.
Parte de falésia desaba e deixa 3 mortos de uma mesma família em Pipa — Foto: Arquivo pessoal |
Foto de uma área próxima à do acidente que matou família em Pipa nesta
terça-feira (17) mostra o desgaste na falésia provocado pelas marés —
Foto: Juliane Barreto/Inter TV Cabugi
Placas levadas pela maréDe acordo com a prefeitura de Tibau do Sul, placas com alerta do risco de desabamento são colocadas constantemente na região, mas logo são levadas pela maré cheia.
O secretário de Comunicação do município, Fábio Pinheiro, disse que, pouco antes do acidente, o casal foi alertado dos riscos por um fiscal da prefeitura.
A Prefeitura de Tibau do Sul sabia dos riscos de desabamento das falésias. Os perigos do trecho já haviam sido alertados em recomendações feitas pelo Ministério Público Federal do RN (MPF-RN). Uma delas fez com que o Município contratasse uma equipe de profissionais para mapear as áreas de maior ameaça.
Antes da pandemia, Pipa recebia em média 7 mil pessoas por dia na alta temporada, segundo a prefeitura. O uso da praia não foi proibido durante a pandemia, e não há estimativa do público que tem frequentado o local nesse período.
Praia de Pipa, logo depois do desabamento de parte de uma falésia. — Foto: Arquivo pessoal |
Acidente em praia de Pipa
Desabamento de parte de falésia matou casal e bebê; veja localização da praia, que é um dos principais destinos turísticos do RN.
Veja vídeo: