“Após treze dias, o senhor não emitiu qualquer manifestação afastando de forma categórica, pontual, e esclarecedora as graves afirmações atribuídas a Vossa Excelência, que recaem sobre o líder de seu governo”, diz um trecho do documento.
“Entre os inúmeros temas tratados, os depoentes descreveram em detalhes o encontro que tiveram com Vossa Excelência, no Palácio do Planalto, no dia 20 de março de 2021, ocasião na qual teriam lhe alertado a respeito de vícios insanáveis e indícios de irregularidades na documentação referente à importação de 20 milhões de doses da vacina Covaxin.”
“Um dos temas mais sensíveis, motivo deste expediente especificamente, constitui a referência que teria sido feita por Vossa Excelência ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros.”
O texto aborda depoimento do deputado Luís Miranda, que relatou que Bolsonaro teria dito que entendeu a gravidade da situação e acionaria a Polícia Federal. Segundo Miranda, Bolsonaro teria dito que, aparentemente, se tratava de “um rolo” de Ricardo Barros.
“Somente Vossa Excelência pode retirar o peso terrível desta suspeição tão grave dos ombros deste experimentado politico, o Deputado Ricardo Barros, o qual serve seu governo em uma função proeminente”.
Silêncio do presidente prejudica investigações
Segundo os membros da CPI, o silêncio do presidente acerca do assunto prejudica a conclusão das investigações. “Solicitamos em caráter de urgência, diante da gravidade das imputações feitas, que Vossa Excelência desminta ou confirme o teor da declaração do deputado Luís Miranda. Frisamos que a manutenção do silêncio de Vossa Excelência em relação ao fato específico cria uma situação duplamente perturbadora. De um lado, contribui para a execração do Deputado Ricardo Barros. Segundo, ao não desmentir o relato do deputado Luis Miranda, impede-se que, em não sendo verdadeiras as referenciadas informações, sejam tomadas medidas disciplinares pertinentes”, diz o documento.