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15 dezembro 2022

Sem reajuste do ICMS, municípios do RN podem perder R$ 197 milhões em 2 anos

Municípios do Rio Grande do Norte podem deixar de arrecadar, nos próximos dois anos, R$ 196,9 milhões, caso não seja aprovado na Assembleia Legislativa o reajuste da alíquota de ICMS proposto pelo Governo do Estado.

Os cálculos, divulgados pelo jornal Agora RN e confirmados pelo PORTAL DA 98 FM, são da Secretaria Estadual de Tributação (SET) e consideram que as prefeituras têm direito a 25% de tudo o que o Estado arrecada com o principal imposto estadual. Apesar do prejuízo projetado, a Federação dos Municípios (Femurn) ainda não se pronunciou sobre o projeto.

A maior perda seria da Prefeitura do Natal, que sozinha deixaria de arrecadar R$ 35,5 milhões em receitas de ICMS em 2023 e 2024. Depois, vêm Mossoró, com prejuízo de R$ 17,6 milhões, e Guamaré, com menos R$ 15,2 milhões. Parnamirim deixaria de receber R$ 12,5 milhões.

De acordo com o Governo do Estado, o aumento da alíquota de ICMS é necessário para compensar perdas de arrecadação provocadas pela diminuição do imposto sobre combustíveis, energia e telecomunicações, no meio deste ano. No Rio Grande do Norte, o ICMS sobre combustíveis, por exemplo, teve de cair de 29% para 18%.

A proposta, enviada à Assembleia Legislativa no início da semana, prevê a elevação da chamada alíquota modal dos atuais 18% para 20%, em 2023. Em 2024, a alíquota cairia para 19%. Em 2025, voltaria ao patamar atual, de 18%. O governo espera, nos dois anos, conseguir que o Governo Federal passe a compensar as perdas.

A elevação da alíquota do ICMS foi sugerida aos estados pelo Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). O órgão divulgou um estado apontando que, para compensar parcialmente as perdas de arrecadação provocadas pela redução do ICMS, os estados teriam de subir o imposto para não ter serviços públicos prejudicados.

Para compensar o aumento do imposto que seria aprovado para combustíveis, energia e comunicações, o projeto que está na Assembleia Legislativa prevê, ainda, uma desoneração de impostos sobre itens da cesta básica, caindo dos atuais 18% para 7%.
Lista com as 20 maiores perdas dos municípios, sem reajuste do ICMS – Foto: Reprodução
Perdas de receitas

Segundo a Secretaria Estadual de Tributação, o Estado perdeu, de agosto a novembro, R$ 266,6 milhões em receitas dos três setores mais atingidos, em relação ao mesmo período do ano passado. Já em valores corrigidos pela inflação, essa perda é de R$ 343,8 milhões.

O recolhimento total do ICMS encerrou outubro com uma marca histórica para o ano: queda nominal de 6%, em relação ao mesmo mês de 2021.
CCJ aprova proposta

Nesta quarta-feira (15), o projeto passou na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa (CCJ), por 5 votos a 1. A aprovação ocorreu em sessão extraordinária da comissão, já que os trabalhos do ano já haviam encerrado.

Apenas o deputado estadual de oposição Subtenente Eliabe (Solidariedade) votou contra o projeto. O presidente da CCJ, deputado George Soares (PV), e os colegas Francisco do PT, Souza Neto (PSB), Vivaldo Costa (PV) e Ubaldo Fernandes (PSDB) votaram favoravelmente.

Antes de ir a plenário, o projeto ainda terá de ser analisado pela Comissão de Finanças, que tem como presidente o deputado de oposição Tomba Farias (PSDB).

*98 FM de Natal

03 novembro 2020

Por dívida de R$ 900, idosa de 74 anos perde casa que vale R$ 700 mil

Uma dívida de R$ 900 fez com que uma idosa de 74 anos perdesse a casa onde morava, no bairro Cachoeirinha, na região Nordeste de Belo Horizonte. O imóvel, que foi vendido por R$350 mil em um leilão, está avaliado em mais de R$ 700 mil.

De acordo com Dona Maria José, que é a proprietária o imóvel, toda a história começou em 2009 quando seu marido passou mal e foi levado para um hospital particular de BH.

Segundo Valéria Cristina, filha do casal, o pai precisou fazer um exame, mas o plano de saúde não cobria. No desespero da família, o procedimento foi autorizado. Mas, o idoso morreu e os familiares ficaram sem condições financeiras de pagar o valor devido ao hospital.

— Nós [família] tentamos negociar [a dívida], mas ficou naquela situação de que nós iríamos correr atrás dos direitos para saber se o plano cobria ou não.

Quase três anos depois, a família recebeu uma intimação. O hospital cobrava a dívida.

— Quando foi em 2011, nós recebemos um oficial de Justiça, que trouxe uma intimação para minha mãe, onde ela deveria comparecer até o Fórum. De lá para cá, essa situação foi se agravando.

Segundo a filha da idosa, em 2019, eles descobriram que o único imóvel da família tinha tinha ido a leilão e sido arrematado por R$ 350 mil. A casa vale mais de R$ 700 mil.

— Nós recebemos uma pessoa que veio até nossa casa e disse que tinha arrematado o imóvel em um leilão. Eu fiquei surpresa com a situação. Eu achei que havia sido um engano pois nós nunca tinhamos recebido nada. Nós temos um advogado que está cuidando disso, mas nós não fomos comunicados.

A reportagem da Record TV Minas perguntou ao advogado Flávio Rodrigo, especialista em direito imobiliário, se a legislação permite que o único imóvel de uma família seja leiloado em função de uma dívida.

— A lei n° 8990, que diz que o imóvel da entidade familiar é impenhorável. No caso da dona Maria, o imóvel dela é o único onde ela reside desde o seu casamento e onde criou os filhos.

O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do imóvel já está chegando em nome do atual proprietário. A família não sabe mais o que fazer e não tem para onde ir. O problema está tirando o sono e a saúde da dona Maria José.

— Meu maior medo é de alguém chegar aqui e despejar a gente. Inclusive eu estou com problema de coração, tudo depois dessa confusão.

A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça, que ainda não conseguiu levantar os dados sobre o processo.

VEJA VÍDEO https://noticias.r7.com/minas-gerais/por-divida-de-r-900-idosa-de-74-anos-perde-casa-que-vale-r-700-mil-31102020