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26 agosto 2023

Educação do RN tem 124 obras inacabadas

Nos últimos anos, os estudantes do Rio Grande do Norte deixaram de usufruir de mais de uma centena de novos equipamentos educacionais como escolas, creches, CMEIs e quadras poliesportivas. Esses aparelhos tiveram as obras iniciadas, mas não concluídas, deixando um rastro de estruturas abandonadas e prejuízos para a educação potiguar.

Dados do governo federal revelam que o RN acumula um total de 124 obras nessa situação, todas destinadas à Educação Básica. A situação é vista com preocupação pelo Executivo federal, que lançou o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica, ao qual as prefeituras e governos estaduais poderão aderir até o próximo dia 10 de setembro para efetuar as repactuações com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

De acordo com o deputado federal Fernando Mineiro (PT), a tarefa dos entes da federação é sinalizar ao governo federal o interesse na retomada da obra, ajustar tecnicamente os projetos e atualizar as planilhas de custos. Ele destaca que a iniciativa é importante para garantir uma melhor infraestrutura educacional para o Estado.

“Com a Medida Provisória editada pelo presidente Lula e com o Pacto Nacional, os estados e municípios vão ter a oportunidade de resolver essa situação, porque estava tudo perdido. É uma oportunidade rara de resolver essa questão e, no caso do nosso Estado, abrir vaga em creches, terminar quadras poliesportivas”, cita o deputado.

Entre as obras inacabadas no RN há 39 unidades de educação infantil, abrangendo tanto creches quanto pré-escolas. Além disso, 25 escolas de ensino fundamental e duas escolas de ensino profissionalizante aguardam conclusão.

O rastro de obras inacabadas nos últimos anos não se limita, porém, à construção de novas unidades. O levantamento aponta que há ainda quatro projetos de ampliação de unidades paralisados, impedindo a expansão de escolas já existentes para acomodar mais alunos e melhorar as condições de aprendizado.

Além disso, a prática esportiva, essencial para o desenvolvimento dos estudantes, também é afetada. Há atualmente 54 quadras esportivas e coberturas de quadras a serem concluídas em todo o território potiguar.

Do total de obras inacabadas, 63 já foram incluídas no Pacto após solicitações das prefeituras. As solicitações de repactuação devem ser formalizadas individualmente no Simec, que é um portal operacional e de gestão do Ministério da Educação (MEC). Para cada uma das obras em que haja interesse na retomada, o ente deverá solicitar uma nova pactuação.

Dados do Ministério da Educação (MEC) apontam para a existência, em todo o país, de aproximadamente 3,6 mil obras na mesma situação. Se todas essas construções fossem levadas a termo, o Brasil poderia abrir cerca de 450 mil novas vagas nas redes públicas de ensino.
Só Natal concentra 16 paralisações

Entre todas as cidades potiguares, Natal concentra o maior número de obras inacabadas, com um total de 16, sendo sete de convênios com o município e as demais com o Governo do Estado. Em segundo lugar no ranking aparece Baraúna (10), seguida por Mossoró (9), Tangará (4) e Ceará-Mirim (3).


Uma dessas obras inacabadas na capital potiguar é a construção de uma escola de ensino profissionalizante localizada no conjunto Parque dos Coqueiros, na zona Norte. Conforme os dados do MEC, o convênio com o Governo do Estado para a construção da unidade data de 2009, mas até hoje, 14 anos depois, o serviço ainda não foi concluído. A obra encontra-se 98% executada e custou aos cofres públicos pouco mais de R$ 7 milhões.

Outro exemplo é a construção de um CMEI no Bairro Nossa Sra. da Apresentação, na Rua Abmael Florêncio Bernardo. O convênio foi pactuado com a prefeitura há 10 anos, em 2013. Apesar do tempo transcorrido, o serviço só foi 22,65% executado e agora encontra-se paralisado. O valor total para o serviço foi orçado, à época, em R$ 1,8 milhão.

A Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME) informou ao AGORA RN que solicitou a repactuação dos sete convênios junto ao MEC.

“Há desde erro de projeto, inadequação de planilha, abandono de empresa; cada caso é um caso. Então até o dia 10 de setembro o ente tem que declarar que quer entrar no pacto para retomar aquela obra”, ressalta Fernando Mineiro. A partir disso, haverá um prazo de um ano para que o interessado refaça o projeto e apresente as planilhas de custos.

Ainda segundo o deputado, as retomadas dessas obras não irão demandar contrapartidas financeiras dos estados e municípios. O orçamento nacional para a realização dessas obras é de R$ 4 bilhões. Para o RN, está destinado um montante de R$ 80 milhões.

“Os recursos existem e se o Estado e os municípios todos apresentarem interesse, terão acesso aos recursos para poder tocar; não vai faltar recurso para isso”, afirmou Mineiro.

*Agora RN

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