Prates foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira 14 na presença dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, que defendiam abertamente sua saída do cargo.
“Não sei se ficarei no PT depois dessa”, escreveu Prates, na madrugada desta quarta-feira 15 em mensagem enviada para um amigo. O relato foi divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“A forma dessa demissão foi muito humilhante. O partido não trata dos seus quadros. Está condenado a envelhecer e se perder em meio a alianças cada vez mais exigentes e perigosas”.
Lula já planejava demitir Prates há algum tempo, mas a gota d’água ocorreu quando ele pediu uma “conversa definitiva” com o presidente por não aguentar mais ser bombardeado por Silveira e Costa. A portas fechadas, Lula disse que não admitia ser enquadrado.
DESPEDIDA
Na saída da sede da estatal, nesta quarta-feira, Jean Paul Prates foi aplaudido por funcionários e fez um rápido balanço de sua gestão na estatal. Disse que a principal missão foi estabelecer uma política de preços para os combustíveis a pedido do próprio presidente Lula, de “abrasileirar os preços”.
“Principalmente deixamos uma política de preços que o presidente pediu, quando disse que ia abrasileirar os preços. O mercado entendeu, e a gente conseguiu explicar isso. Mostramos que a gente conseguiu fazer esses preços sem perder dinheiro. E isso favorece a economia, o governo, o cidadão e a cidadão, além de todas as áreas, como GLP, gasolina, diesel e no frete. Deixamos um legado importante. Todos acreditavam que, quando a gente chegou, isso ia ser impossível ou ia destruir o valor da ação. E não foi assim. Essa foi a missão mais difícil. Mudamos a política de dividendos e conseguimos entregar com a ação (da empresa) subindo”, disse Prates.
Prates listou ainda algumas das principais iniciativas operacionais e gestão durante seu mandato.
“Deixamos uma empresa muito bem encaminhada. As pessoas estão felizes e gostando de trabalhar aqui. Fizemos concursos, aumentamos a força de trabalho. Eliminamos a atmosfera ruim que estava aaqui, de estar vendendo (ativos), de não se saber o futuro da empresa. Anunciamos o futuro da empresa”, afirmou ele.
O ex-presidente da Petrobras destacou a volta dos investimento em transição energética. Disse que “não tem inimigo”.
“Deixamos a transição energética encaminhada com bons projetos em portfólio que estão sendo analisados agora, com energia offshore, hidrogrênio, captura de carbono, coprocessamento (com óleo vegetal) nas refinarias, atuação no biocombustível que não é incongruente com nada que o setor já faz no Brasil. Não tem inimigo. A Petrobras não vê ninguém como concorrente ruim. A Petrobras é colaborativa”, enfatizou.
SAÍDA DO PT
Em conversa com a imprensa após deixar a sede da empresa nesta quarta-feira, Jean Paul Prates disse também que está “triste” com sua saída.
Prates disse que não sabe se continuará no PT, partido pelo qual foi senador da República entre o fim de 2018 e o início do ano passado. “Ainda vou avaliar”, afirmou.
*Agora RN