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21 junho 2024

Educação em tempo integral vai fortalecer desenvolvimento social de alunos no RN, dizem especialistas

Com a sanção da lei que estabelece a Política de Educação em Tempo Integral na rede estadual de ensino, as escolas devem ter jornada escolar ampliada no Rio Grande do Norte. Com isso, o AGORA RN ouviu especialistas em educação para entender quais serão os impactos para os estudantes no futuro.

Professora do Centro de Educação (CE) da UFRN e membro do Comitê Territorial de Educação Integral do Estado, Rute Alves conta que a Lei 11.804/2024 tem a perspectiva de ampliar a estrutura curricular das escolas com o objetivo de proporcionar um desenvolvimento integral dos alunos. “Para isso faz-se necessário considerar as diferentes dimensões dos sujeitos, ou seja, as dimensões artística, cognitiva, cultural, emocional, física e política. A educação escolar deve favorecer o respeito às diferenças, o desenvolvimento da autonomia e o protagonismo estudantil”, disse.

Para Rute, o ensino em tempo integral também influencia no desenvolvimento social dos estudantes e auxilia para que eles possam ter um maior alcance das potencialidades de cada aluno, além de promover a inclusão de estudantes com deficiência. “A formação humana, em seu sentido pleno, trabalha a construção de uma sociedade mais consciente na direção da responsabilidade e sustentabilidade de forma ampla, a compreensão sobre seus direitos e papel social”, completou.

No entanto, com a medida também existem possíveis dificuldades a serem enfrentadas pelos professores e escolas da rede pública. Rute Alves cita, entre eles, o desafio estrutural das instituições de ensino. “As escolas não foram construídas para atender turno único e também vejo a dimensão formativa, pois a concepção de educação na perspectiva integral ainda é carente de discussão e aprofundamento nos currículos acadêmicos e, consequentemente, na prática educativa”, afirmou.

Ela destaca que é essencial ter uma melhoria de condições estruturais das escolas, bem como promover a formação adequada de gestores e educadores que atuam na comunidade escolar. “Ampliar o tempo de permanência dos estudantes na escola não significa manter os alunos por sete, oito horas presos em salas de aulas, mas possibilitar as trocas e interações com os territórios. As parcerias intersetoriais e o uso do território são estratégias importantes para o desenvolvimento de uma educação inclusiva e humanizadora”, finalizou.

*Agora RN

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