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28 outubro 2022

Acuado, esta noite Bolsonaro irá para o tudo ou nada contra Lula

Pedido de recontagem de votos será feito em caso de derrota.

Lula não precisa vencer o último debate do segundo turno com Bolsonaro a ser travado logo mais à noite na Rede Globo de Televisão. Se empatar, sairá no lucro. Se perder de pouco, também.

Salvo um desastre de grandes proporções que cometa algum deles, um debate a 48 horas das eleições não costuma impactar no resultado final. Para o eleitor, seu candidato sempre vence.

Tanto mais no caso de uma eleição com o país rachado ao meio, onde 92% dos eleitores dizem que já sabem em quem votar e que não mudam. Os indecisos são poucos, como os nulos e em branco.

Dê-se como provável que os que responderam que votarão em branco ou que irão anular o voto confirmem seu desejo nas urnas. Seria razoável, afinal eles rejeitam os dois candidatos.

Restarão os indecisos, que ora se inclinam para um lado, ora para o outro. Esses, costumam na hora última hora se dividir entre os dois candidatos mais ou menos proporcionalmente.

A vantagem de Lula é continuar à frente nas pesquisas de intenção de voto, por uma diferença de cinco a seis pontos, em média. A mais recente lhe trouxe boas notícias.


O Datafolha mostrou que Lula ampliou sua vantagem sobre o Bolsonaro entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos. Era de 20 pontos na semana passada, passou para 28.

Entre os eleitores evangélicos, a dianteira de Bolsonaro sobre Lula caiu. Era de 38%, agora é de 30%. O caso Roberto Jefferson, que recebeu à bala agentes federais, não prejudicou Bolsonaro.

É sensato supor que um pontinho que ele perdeu no Datafolha e nas pesquisas Quaest e Poder Data tenha se devido à revelação de que, se reeleito, fará um duro ajuste na economia.

Está no plano do ministro Paulo Guedes, da Economia, desindexar o salário mínimo, permitindo assim reajustes abaixo da inflação. Os aposentados pagarão também parte da conta.

Bolsonaro sempre disse que Guedes entende de economia, mas de política não, é ele que entende. E Bolsonaro tem razão, como se tem visto ultimamente desde que Guedes voltou a falar demais.

“Eu, se fosse o Bolsonaro, diria ‘tudo que o Lula fizer, eu faço mais, porque nós roubamos menos”, disse Guedes ontem, e ao perceber o ato falho, logo corrigiu-se: “Nós não roubamos”. Era tarde.

Lula tentará fazer do debate uma discussão sobre a economia; Bolsonaro, tentará deixar de lado a economia e enveredar pelo caminho da corrupção. Sergio Moro estará com ele.

Moro não tem graça. Haveria mais graça se comparecesse como assessor de Bolsonaro o padre de festa junina de nome Kelmon, ex-candidato pelo PTB de Jefferson a presidente da República.

Na campanha de Lula, o ambiente é de trabalho e de otimismo. Na de Bolsonaro, de pessimismo e desavença. Os radicais que cercam Bolsonaro, e ele mesmo, já trabalham com o Plano B.

Em caso de derrota, baterão às portas da justiça com um pedido de recontagem de votos como fez Aécio Neves (PSDB)em 2014, depois de derrotado por Dilma Rousseff que se reelegeu.

Dará em nada. É só para tumultuar, servir de desculpa para o fracasso e manter unida a tropa de olho nas eleições de 2026.

*Noblat/Metrópoles

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