A declaração foi feita durante Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que ocorre em São Vicente e Granadinas um dia após o Exército israelense atirar contra civis em Gaza que faziam fila por comida, deixando mortos e feridos — episódio também citado por Lula em sua fala.
O petista propôs ainda que a Celac faça uma moção pelo fim imediato dos ataques de Israel à região e pediu que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, acione o Conselho de Segurança para tomar providência. Guterres estava entre os líderes na plateia.Lula pediu ao governo do Japão, que assumirá a presidência do Conselho de Segurança, que trate a pauta com urgência.
“Também quero pedir aos cinco membros permanentes do Conselho da ONU que deixem de lado suas diferenças e ponham fim a essa matança”, disse, afirmando que o 80% do número de mortos em Gaza é de crianças e mulheres.
Após uma fala comparando os ataques do governo de Binyamin Netanyahu em Gaza ao assassinato de judeus na Alemanha nazista, Lula deflagrou uma crise diplomática com Israel.
O governo brasileiro vem mantendo sua posição crítica, e o mandatário reafirmou sua postura, especialmente diante da reação de Israel, que chegou a levar o embaixador brasileiro ao Museu do Holocausto (postura incomum, vista como humilhação por diplomatas brasileiros).
No discurso da Celac, Lula citou também os reféns do grupo terrorista Hamas, num gesto à comunidade judaica. Aliados do presidente e ele próprio buscam reforçar que as críticas são para o governo Netanyahu, não para os judeus.
“Já são mais de 30 mil mortos [em Gaza]. Também a vida dos reféns do Hamas está em jogo, e é preciso libertá-los. Quero terminar dizendo para vocês que nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso, é preciso parar a carnifica em nome da sobrevivência da humanidade”, afirmou Lula.
*Jair Sampaio
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