Antes de morrer, ele voltou a repetir a mentira em relação à vacina contra a covid. Paolo Romeo atuava como padre na igreja Santo Stefano, em Genova, no norte da Itália. A congregação publicou nas redes sociais uma despedida para o padre.
No dia 1º de fevereiro, a igreja lamentou a morte de Don Paolo e omitiu a causa do óbito. “Hoje, nosso amado Don Paolo subiu para o céu rodeado de afeto de seus parentes e de bênçãos de seus fiéis. Que o senhor o receba e retribua tudo de bom que ele fez na terra e que perdoe quaisquer percalços, se houve algum.”
Vacina e fetos abortados
O boato de que vacinas são feitas com fetos abortados é antigo, mas ainda tem fôlego para circular pela internet. Assim como outras teorias da conspiração, a exemplo da que afirma que as doses podem alterar o nosso DNA, essa deturpa completamente os fatos para se propagar.
A história começou na década de 1960, quando cientistas passaram a extrair algumas células de fetos submetidos a abortos legais para replicá-las dentro do laboratório. E sim, essas linhagens que descendem das células fetais foram e são usadas até hoje na produção de vacinas. Imunizantes contra hepatite A, rubéola, herpes-zóster, raiva e sarampo, por exemplo, são produzidas a partir delas.
Mas muita atenção: não estamos falando dos fetos em si, tampouco das células originais deles. “São linhagens descendentes, que se multiplicam e são mantidas vivas desde então em laboratório”, reforça a microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC). Aliás, as gestações dos poucos fetos usados não foram encerradas para esse fim – os cientistas basicamente aproveitaram uma situação já estabelecida.
*Jair Sampaio
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