Os professores Dráulio de Araújo e Fernanda Fontes (ICe/UFRN); Nicole Galvão (DFS/CB/UFRN); Patrícia Cavalcanti e Emerson Arcoverde, do Departamento de Psiquiatria do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol/UFRN) são responsáveis pela pesquisa. Segundo Nicole Galvão, a alternativa não é indicada a todas as pessoas, somente para quem já realizou mais de dois tratamentos convencionais e não apresentou resultado. Pessoas que desejam ser voluntários na pesquisa podem mandar e-mail para o endereço eletrônico: cetaminaufrn@gmail.com.
A cetamina é uma substância anestésica, no entanto, a dose usada para o tratamento não é alta para ser considerada anestesiante, mas causa um efeito dissociativo – uma alteração no estado de consciência. Nicole disse que os resultados da primeira fase foram promissores. “Nesta fase houve uma resposta de 60% dos pacientes. Isto é, eles tiveram uma redução nos sintomas depressivos e 30% deles não apresentaram mais a doença. Percebemos que é importante um acompanhamento psicológico durante a ação porque a cetamina causa dissociação por, aproximadamente, 2 horas”, explica.
A psicoterapia, de acordo com Nicole Galvão, é uma modalidade nova que abrange diferentes linhas terapêuticas. A equipe foi treinada pela diretora dos estudos voltados aos psicodélicos da Universidade da Califórnia, em São Francisco, Gisele Fernandes, para usar a técnica.
O motivo de pessoas se tornarem resistentes ao tratamento comum ainda não foi descoberto pelos estudiosos, mas segundo Nicole, pode estar atrelado a uma questão multifatorial que depende desde carga genética até questão metabólica, suporte social, traumas e histórico de vida. “Isso é uma das grandes linhas de pesquisa dentro da psiquiatria: compreender o motivo desses pacientes não responderem e descobrir o porquê alguns conseguem. Uma maneira da gente tentar compreender melhor isso é através da análise de biomarcadores, já que a psiquiatria não tem um exame de sangue ou de imagem que possa ajudar no diagnóstico e no acompanhamento de um tratamento”, esclarece.
O propósito dessas linhas de pesquisa é validar biomarcadores, seja de sangue, saliva ou imagem, para compreender as diferenças nas respostas ao tratamento. “Todos os nossos estudos vão além de fazer e testar. Nas novas terapias, como a da cetamina, nós analisamos os possíveis biomarcadores, hormônios e indicadores metabólicos para entender o que faz alguns pacientes responderem e outros não”, completa.
A pesquisadora ressalta que, para participar do estudo, o paciente não pode ter outras doenças como alteração cardiovascular grave, psicose e esquizofrenia. Além disso, é necessário ter entre 18 e 60 anos.
*Tribuna do Norte.
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