Paula Morais recebeu alta na sexta-feira (19) após 19 dias internada. No início de junho, ela precisou ficar internada em uma cadeira numa unidade por falta de leitos.
A idosa Paula Morais, de 97 anos, recebeu alta nesta sexta-feira (19) do Hospital Municipal de Natal após ficar 19 dias internada - sendo 17 na unidade. Com febre de mais de 40 graus, a senhora foi levada para duas UPAs no dia 2 de junho, mas, sem leitos disponíveis, precisou passar cerca de 48 horas internada em uma cadeira. (RELEMBRE)
A saga de Dona Paula começou quando o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) a colocou em uma ambulância e decidiu procurar por vagas nas UPAs, mesmo com a informação prévia de que não havia leitos.
Ela sequer chegou a ser recebida na UPA de Cidade da Esperança, na Zona Oeste, e em seguida foi internada na unidade de pronto-atendimento de Pajuçara, na Zona Norte. Sem leitos disponíveis, ela passou a noite em uma cadeira. Após quase 48 horas, ela foi transferida para o Hospital Municipal de Natal.
A idosa estava com suspeita de Covid-19 quando foi internada, mas testou negativo para a doença, inclusive em um novo teste no dia em que deixou o hospital. Ela teve vidro fosco por congestão pulmonar, em função do coração crescido, e um pequeno derrame pleural. Na unidade, tratou também de uma pneumonia. "Agora ela vai seguir com o tratamento cardiológico fora do hospital", explicou a neta Raíssa Andrade.
Dona Paula chegou a ser internada no setor de casos de Covid-19, mas, após o teste rápido dar negativo no primeiro dia, foi transferida para a enfermaria, onde permaneceu, sem necessitar de UTI. Mas os dias conturbados na UPA geraram alguns traumas.
"Ela precisou de um acompanhamento de um psicogeriatra, porque levou algumas traumas dos dias internada na cadeira da UPA e na sala vermelha. Então, foi ajudando a ela a esquecer mais em relação ao que tinha passado, já que era uma situação caótica e alguns que estavam com ela na unidade, nós soubemos que acabaram morrendo", explicou a neta.
"Emocionalmente, ela está mais forte agora, porque está em casa. O ambiente familiar vai ajudando. Ela lembra e a gente fica tentando não trazer a lembrança. Mas ela estava muito impressionada. Marcou".
Já em casa, Paula ainda não consegue andar, em função do tempo em que ficou internada, deitada em um leito de hospital, mas conta que, assim que puder se levantar, vai matar a saudade de cozinhar, principalmente um prato especial que sempre faz. "Ela é muito independente, sempre quer fazer as coisas sozinhas, sem ajuda. Temos receio às vezes, porque ela não aceita as limitações que tem, mas ela quer muito voltar a cozinhar o 'caldo da caridade'", falou Raíssa.
Mas a maior vontade de Dona Paula, quando a pandemia passar, é voltar a viajar de avião para visitar parte da família em Brasília. "Ela ia no ano passado e sofreu com um infarte nesse mesmo período. Neste ano, ia no aniversário dela, mas acabou não conseguindo. Mas é o que ela mais fala, é o que mais tem vontade de fazer".
Dona Paula é mãe de 21 filhos, tem 56 netos, além de 50 bisnetos e 7 tataranetos.
*Do G1 RN
Idosa Paula Morais, de 97 anos, recebeu alta — Foto: Cedida |
A saga de Dona Paula começou quando o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) a colocou em uma ambulância e decidiu procurar por vagas nas UPAs, mesmo com a informação prévia de que não havia leitos.
Ela sequer chegou a ser recebida na UPA de Cidade da Esperança, na Zona Oeste, e em seguida foi internada na unidade de pronto-atendimento de Pajuçara, na Zona Norte. Sem leitos disponíveis, ela passou a noite em uma cadeira. Após quase 48 horas, ela foi transferida para o Hospital Municipal de Natal.
A idosa estava com suspeita de Covid-19 quando foi internada, mas testou negativo para a doença, inclusive em um novo teste no dia em que deixou o hospital. Ela teve vidro fosco por congestão pulmonar, em função do coração crescido, e um pequeno derrame pleural. Na unidade, tratou também de uma pneumonia. "Agora ela vai seguir com o tratamento cardiológico fora do hospital", explicou a neta Raíssa Andrade.
Dona Paula chegou a ser internada no setor de casos de Covid-19, mas, após o teste rápido dar negativo no primeiro dia, foi transferida para a enfermaria, onde permaneceu, sem necessitar de UTI. Mas os dias conturbados na UPA geraram alguns traumas.
"Ela precisou de um acompanhamento de um psicogeriatra, porque levou algumas traumas dos dias internada na cadeira da UPA e na sala vermelha. Então, foi ajudando a ela a esquecer mais em relação ao que tinha passado, já que era uma situação caótica e alguns que estavam com ela na unidade, nós soubemos que acabaram morrendo", explicou a neta.
"Emocionalmente, ela está mais forte agora, porque está em casa. O ambiente familiar vai ajudando. Ela lembra e a gente fica tentando não trazer a lembrança. Mas ela estava muito impressionada. Marcou".
Já em casa, Paula ainda não consegue andar, em função do tempo em que ficou internada, deitada em um leito de hospital, mas conta que, assim que puder se levantar, vai matar a saudade de cozinhar, principalmente um prato especial que sempre faz. "Ela é muito independente, sempre quer fazer as coisas sozinhas, sem ajuda. Temos receio às vezes, porque ela não aceita as limitações que tem, mas ela quer muito voltar a cozinhar o 'caldo da caridade'", falou Raíssa.
Mas a maior vontade de Dona Paula, quando a pandemia passar, é voltar a viajar de avião para visitar parte da família em Brasília. "Ela ia no ano passado e sofreu com um infarte nesse mesmo período. Neste ano, ia no aniversário dela, mas acabou não conseguindo. Mas é o que ela mais fala, é o que mais tem vontade de fazer".
Dona Paula é mãe de 21 filhos, tem 56 netos, além de 50 bisnetos e 7 tataranetos.
*Do G1 RN
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