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21 fevereiro 2024

Fuga do presídio de Mossoró completa uma semana; veja o que aconteceu até agora

As buscas pelos criminosos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró completaram uma semana nesta quarta (21). A fuga de Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, criado em 2006.

De lá pra cá, o número de agentes das forças de segurança atuando nas buscas chegou a 500. Também foram anunciadas várias medidas pelo governo federal, como o afastamento da direção do presídio, responsáveis pelas áreas de segurança, inteligência e administração, além da abertura de duas investigações paralelas (veja mais abaixo).

Os criminosos foram vistos pela última vez na sexta-feira (16). Durante a fuga, eles chegaram a invadir duas casas. Os policiais já encontraram algumas pistas no raio de 15 quilômetros da penitenciária.

Cerca de 100 agentes da Força Nacional estão a caminho do Rio Grande do Norte, após autorização do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O pedido para o envio das equipes partiu do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues e a medida teve a concordância da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.

A partir de sexta-feira (23), a Força Penal Nacional irá atuar para o reforço da segurança no entorno da penitenciária e treinamento de agentes durante 60 dias.

Veja abaixo quatro medidas tomadas pelas autoridades após a fuga de Mossoró:

Reforço nas buscas
Ações no presídio e novos protocolos
Duas áreas de investigações
Pistas dos fugitivos

1. Reforço nas buscas

Forças de segurança do Rio Grande do Norte e equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionadas no dia da fuga para monitorar as rodovias em busca dos fugitivos.

A Polícia Militar do Ceará intensificou a segurança na região de divisa com o Rio Grande do Norte desde quinta-feira (15). Frentes de buscas foram concentradas na terça (20), na comunidade de Juremal, em Baraúna.

Um grupo da unidade de elite da Polícia Federal foi enviado para ajudar nas buscas na sexta-feira (16), a pedido do Ministério da Justiça.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou no domingo (18) que ao menos 500 agentes de segurança de diversas forças policiais atuavam na captura dos fugitivos.

Pelo menos 4 helicópteros são usados nas buscas. Drones (com equipamentos termais) e 7 cães farejadores também auxiliam nos trabalhos.

No sexto dia de buscas, o ministro da Justiça autorizou uso da Força Nacional. O comboio conta com 22 viaturas, um caminhão e 100 agentes.

Também foi autorizada a utilização da Força Penal Nacional, que reúne profissionais penais de referência nos estados, a partir da próxima sexta-feira (23). Esse grupo deverá atuar na segurança no entorno da penitenciária durante 60 dias e fazer um treinamento de segurança dentro da penitenciária.

Mata fechada, grutas, animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões, forte insolação, calor e a época de chuva na região são alguns dos empecilhos enfrentados pelos agentes envolvidos na ação de recaptura.

2. Ações no presídio e novos protocolos

O então diretor da Penitenciária Federal de Mossoró foi afastado e um interventor foi nomeado para comandar a unidade.

O ministro da Justiça determinou a revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais do país.

O Ministério da Justiça suspendeu o banho de sol e as visitas sociais nas cinco penitenciárias federais do país.

A Corregedoria do Sistema Prisional afastou os responsáveis pelas áreas de segurança, inteligência e administração do presídio até a conclusão das investigações. Esses quatro diretores, de acordo com a decisão, continuarão exercendo o cargo de agentes penais, mas sem chefiar os setores.

3. Investigações

Polícia Federal: uma investigação da PF irá apurar eventuais responsabilidades de natureza criminal de pessoas que podem ter facilitado a fuga dos presos, que são ligados à facção criminosa Comando Vermelho.

Processo administrativo: outra investigação, que ocorre de forma paralela, para apurar as responsabilidades da fuga podem levar a um processo administrativo.

O titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, foi até Mossoró para acompanhar o caso. Na terça, ele foi até a penitenciária para verificar as condições e conferir como estão sendo realizados os reforços na estrutura das luminárias das celas, as limpezas dos canteiros de obras e os reparos das câmeras com defeitos.

A corregedora do sistema prisional federal, Marlene da Rosa, segue conduzindo a investigação interna no presídio.

Perícias: são realizadas no presídio e nas buscas para identificar como presos conseguiram fugir.

Interpol: os nomes e as fotos dos fugitivos foram incluídos na lista de difusão vermelha (para criminosos procurados internacionalmente).

4. Pistas dos fugitivos

Rastros: os fugitivos arrombaram uma casa localizada a 7 km do presídio e furtaram roupas e comida, no mesmo dia da fuga. A polícia foi acionada ao local e recolheu vestígios e possíveis pistas.

Casas invadidas: durante as buscas, os policiais encontraram uma camiseta de uniforme de presidiário, na sexta-feira (16). Durante a noite, os fugitivos invadiram uma casa a aproximadamente 3 km do presídio, fizeram a família refém, jantaram, pediram para acessar redes sociais e roubaram celulares.

Último sinal dos celulares roubados: as investigações apontaram que o último sinal obtido dos celulares roubados pelos fugitivos foi no sábado (17), em uma área rural perto da divisa com o Ceará. A suspeita é de que os equipamentos tenham ficado sem bateria.

*Do G1 RN

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