O nono voo de repatriação de brasileiros e familiares da zona de conflito no Líbano decolou de Beirute às 15h10 (horário de Brasília) desta segunda-feira (28) e pousou às 5h55 desta terça-feira (29), na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos.
A bordo da aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), estavam 221 passageiros, incluindo nove crianças de colo e um pet.
Desde 5 de outubro, quando teve início a Operação Raízes do Cedro, uma ação conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa, já foram retirados do Líbano 1.859 pessoas e 20 animais de estimação.
Quando deixam a aeronave, os brasileiros e familiares contam com o acolhimento de profissionais a serviço do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), da Força Nacional do SUS (Saúde), da Polícia Federal e da Receita Federal (confira detalhamento a seguir).
Nas escalas técnicas em Lisboa, a operação tem suporte da Embaixada, via Consulado-Geral e Adidância de Defesa na capital portuguesa.
NOVOS VOOS
O Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, está em contato com brasileiros e seus familiares próximos para prestar-lhes assistência consular e verificar a necessidade de promover novo voo de repatriação, a depender das condições de segurança no terreno.
O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tal, que procurem deixar o território libanês por meios próprios.
O aeroporto de Beirute continua em operação, com voos da companhia libanesa Middle East Airlines.
Os números de plantão consular do Itamaraty seguem à disposição, em caso de necessidade, ambos com Whatsapp: +55 (61) 98260-0610 e +55 (61) 98313-0146.
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29 outubro 2024
14 outubro 2024
BRASIL: QUINTO VOO DECOLA DO LÍBANO COM 220 REPATRIADOS
Avião com repatriados - Foto: FAB/Divulgação |
Entre os resgatados estão dez crianças de colo. Dois animais de estimação também estão embarcados. Este é o quinto voo de resgate de brasileiros, elevando para 1.105 o número de repatriados, além de 13 pets.
A Operação Raízes do Cedro começou depois que Israel lançou ataques aéreos e uma ofensiva terrestre contra o país árabe, base do Hezbollah, grupo político muçulmano com forte braço armado. Cedro é uma referência à árvore que estampa a bandeira nacional libanesa.
Segundo o governo brasileiro, cerca de 20 mil brasileiros moram no país localizado no Oriente Médio. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) estima que 3 mil tenham interesse em deixar o país nos voos da FAB.
Os primeiros 229 brasileiros repatriados chegaram na manhã do último domingo (6) à Base Aérea de São Paulo e foram recepcionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O voo que partiu neste domingo de Beirute saiu do Brasil no sábado (12) com a quarta carga de donativos para a população libanesa. A aeronave transportou 1,4 mil cestas básicas e 6,9 mil embalagens de medicamentos arrecadados pelo fundo humanitário Associação Unidos pelo Líbano (()), uma iniciativa da comunidade libanesa no Brasil.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, está em contato com brasileiros e familiares próximos para prestar assistência consular e verificar a necessidade de promover novo voo de repatriação, a depender das condições de segurança na região.
Os números de plantão consular são +55 (61) 98260-0610 e +55 61 98313-0146, ambos com WhatsApp.
“São pessoas explodindo”, diz brasileira à espera de resgate no Líbano
A brasileira e dona de casa Lindaura Lianes Hijazi, de 51 anos, está vivendo em um abrigo lotado na capital do Líbano, em Beirute, com o marido e dois filhos pequenos. Ela deixou a própria casa depois que o bairro em que vive, ao sul da cidade, foi devastado pelos bombardeiros de Israel. A família de Lindaura aguarda o avião enviado pelo governo brasileiro para poder deixar o país.
“Esses mísseis derrubaram mais de sete edifícios pertinhos da minha casa. O lugar em que eu morava está todo devastado. Uma bomba dessas explode um edifício inteiro. Na última vez em que estava em casa, eles jogaram mais de dez bombas. e sem avisar ninguém. Treme tudo igual terremoto. Eu achei que ia morrer na hora”, relatou a brasileira natural de Assis Chateaubriand, no interior do Paraná.
Lindaura vive no Líbano desde 1991 e presenciou outras duas guerras. Ao todo, ela têm seis filhos, sendo dois menores de idade. A dona de casa relatou o horror que foi o ataque de Israel por meio dos pagers, quando centenas de rádios portáteis de comunicação explodiram em diversos pontos do Líbano visando lideranças do Hezbollah. Ao todo, morreram ao menos doze pessoas e 3 mil ficaram feridas.
“Você andava na rua e via as pessoas explodindo para todo lado. Era no shopping, era em todos os lugares. Perto da minha casa explodiram dois. Os rins do cara caíram no chão. Estourou um apartamento inteiro só por um aparelho desses”, relatou a brasileira.
Lindaura decidiu abandonar a residência depois do quinto bombardeio em seu bairro e que toda essa região da cidade hoje está vazia. Ele lamentou ainda que o banco dela não permite realizar saques maiores que US$ 300 dólares por mês e que, por isso, não consegue comprar passagens aéreas para deixar o Líbano.
“Agora a gente está esperando, se Deus quiser, o presidente Lula para a gente pegar o avião para nos resgatar. Se não fossem meus dois filhos pequenos, eu ficava aqui”, destacou a brasileira.
Lindaura falou também sobre a pressão psicológica que ela, os filhos e a família têm sofrido. “Minhas crianças são fortes igual eu, mas elas gritam e se desesperam quando caem as bombas. Minha cunhada, que é libanesa, fica desesperada ao ouvir os sons das bombas. Ela começa a bater na própria cabeça e a ficar branca. Ela não consegue ficar em pé”, disse.
Entenda ataques contra o Líbano
Desde o último dia 23 de setembro, Israel tem realizado bombardeios massivos contra cidades libaneses. Estima-se que, em pouco mais de uma semana, mais de 1 mil pessoas morreram e 1 milhão precisaram abandonar suas casas, segundo agências das Nações Unidas (ONU).
Israel alega que os ataques contra o Líbano visam destruir a infraestrutura e as lideranças do Hezbollah, grupo político e militar que tem realizado ataques contra o norte de Israel em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza. O grupo promete manter os ataques enquanto continuar a ocupação de Gaza pelas forças israelenses.
Avião com resgatados, voo da FAB deixa o Líbano rumo a São Paulo. Foto: Divulgação/FAB |
Este é o número de pessoas que procuraram a Embaixada do Brasil em Beirute com pedido de repatriação. A maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio atualmente está justamente no Líbano. Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no país.
*Agência Brasil
09 outubro 2024
Terceiro voo da FAB sai do Líbano com 218 resgatados a bordo
A aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou de Beirute, no Líbano, às 13h15 (horário de Brasília) desta quarta-feira 9 com 218 resgatados, incluindo 11 crianças de colo, e 5 pets a bordo.
Este é o terceiro voo da Operação Raízes do Cedro, de repatriação de brasileiros. A aeronave fará uma escala em Lisboa, em Portugal, para reabastecimento, e segue para a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP).
Em 5 dias, o governo brasileiro já retirou do Líbano 674 pessoas e 11 animais domésticos.
A aeronave levou ao Líbano a segunda doação brasileira de insumos estratégicos em saúde, composta por 491 quilos de medicamentos, envelopes para reidratação e seringas descartáveis. Transportou, além disso, 7 toneladas de medicamentos arrecadados em iniciativa coordenada pelo Consulado-Geral do Líbano no Rio de Janeiro.
A Operação Raízes do Cedro, segundo o comando da Aeronáutica, terá caráter contínuo.
No domingo 6 o primeiro voo da operação chegou na Base Aérea de São Paulo com 228 repatriados. O segundo voo de repatriação aterrissou nesta terça-feira, às 6h58, com 227 passageiros.
De acordo com o governo, aproximadamente 3 mil pessoas no Líbano solicitaram apoio do Brasil para deixar o país. A estimativa é que cerca de 20 mil brasileiros vivam no Líbano.
Este é o terceiro voo da Operação Raízes do Cedro, de repatriação de brasileiros. A aeronave fará uma escala em Lisboa, em Portugal, para reabastecimento, e segue para a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP).
Em 5 dias, o governo brasileiro já retirou do Líbano 674 pessoas e 11 animais domésticos.
A aeronave levou ao Líbano a segunda doação brasileira de insumos estratégicos em saúde, composta por 491 quilos de medicamentos, envelopes para reidratação e seringas descartáveis. Transportou, além disso, 7 toneladas de medicamentos arrecadados em iniciativa coordenada pelo Consulado-Geral do Líbano no Rio de Janeiro.
A Operação Raízes do Cedro, segundo o comando da Aeronáutica, terá caráter contínuo.
No domingo 6 o primeiro voo da operação chegou na Base Aérea de São Paulo com 228 repatriados. O segundo voo de repatriação aterrissou nesta terça-feira, às 6h58, com 227 passageiros.
De acordo com o governo, aproximadamente 3 mil pessoas no Líbano solicitaram apoio do Brasil para deixar o país. A estimativa é que cerca de 20 mil brasileiros vivam no Líbano.
*Agência Brasil
07 outubro 2024
Segundo voo da FAB de repatriação decola do Líbano com 227 pessoas
O segundo avião da FAB (Força Aérea Brasileira) de repatriação de brasileiros decolou do aeroporto de Beirute, no Líbano, com destino a São Paulo, nesta segunda-feira (7), com 227 passageiros e três animais de estimação. A aeronave fará escala em Lisboa, em Portugal, para reabastecimento, e a expectativa é que os repatriados cheguem ao Brasil nesta terça-feira (8), por volta das 10h.
A expectativa da Aeronáutica, é que 500 brasileiros sejam resgatados por semana, segundo o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 3 mil brasileiros dos 21 mil que moram no território libanês, desejam deixar o país.
No domingo (6), os primeiros 229 repatriados chegaram na Base Aérea de São Paulo. A recepção dos brasileiros teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que agradeceu o apoio dos libaneses ao país.
*R7
A expectativa da Aeronáutica, é que 500 brasileiros sejam resgatados por semana, segundo o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 3 mil brasileiros dos 21 mil que moram no território libanês, desejam deixar o país.
No domingo (6), os primeiros 229 repatriados chegaram na Base Aérea de São Paulo. A recepção dos brasileiros teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que agradeceu o apoio dos libaneses ao país.
*R7
“Parece que saí do inferno e entrei no paraíso”, disse brasileiro repatriado do Líbano
Um voo com muitas histórias de esperança e alívio. De felicidade e emoção pela chegada ao Brasil após deixar para trás o som de aviões militares e de sirenes, além dos estrondos e tremores causados por bombas.
“Parece que saí do inferno e entrei no paraíso”, definiu Salim Calaun, um dos 229 passageiros resgatados no primeiro voo da Operação Raízes do Cedro. Na chegada, uma recepção articulada por diversas áreas do Governo Federal e a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Base Aérea de São Paulo.
“Espero que vocês encontrem no Brasil a felicidade que tiraram de vocês com esse bombardeio. E que a gente possa reconstruir a nossa vida em paz aqui no Brasil. Vocês sabem que o Brasil tem por volta de oito ou nove milhões de árabes e descendentes, a maioria libaneses. Somos agradecidos, porque vocês ajudaram a construir a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo e o Brasil. Vocês têm muita responsabilidade por aquilo que somos”, ressaltou Lula, ao dirigir-se aos repatriados e à imprensa.
“O Brasil é generoso. Não tem contencioso com nenhum país porque a gente não deseja guerra. A guerra só destrói. Quando não perde a vida, perde escola, hospital, médico, uma série de coisas que trazem tranquilidade para a gente. O que constrói é a paz”, completou o presidente.
Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi agradeceu a ação brasileira não apenas na missão Raízes do Cedro, mas por todo o apoio dado ao país.
“Em nome do povo do Líbano, da comunidade libanesa no Brasil, quero agradecer o presidente Lula e o governo brasileiro. Precisamos do apoio do Brasil e do mundo. Dizem que o Brasil é gigante pela própria natureza. É gigante também pelo coração e acolhimento”, disse.
NOVA MISSÃO
Após a primeira missão da Operação Raízes do Cedro ter sido concluída, o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, revelou que a segunda missão tem início já neste domingo.
“Essa aeronave (o KC-30 da FAB) agora decola de volta para Lisboa, trocando a tripulação, para que amanhã (7/10) possamos fazer o mesmo circuito e possamos, em 48 horas, trazer mais 230 pessoas. Temos de tentar colocar aqui na base aérea de São Paulo cerca de 500 pessoas por semana”. A comunidade brasileira no Líbano tem cerca de 20 mil pessoas. Três mil manifestaram interesse em retornar.
EMOÇÃO
A esposa e as duas filhas de Abdalah Fares foram os primeiros a desembarcar. Bandeira do Líbano na mão e camisa com as bandeiras do Líbano e do Brasil, as três protagonizaram o momento simbólico de amizade entre as nações e foram abraçadas por Abdalah, que esperava ao pé da escada
“Queria agradecer mais uma vez ao governo por trazer minha família de volta ao Brasil sãos e salvos”, declarou Abdalah.
“Estou muito triste pelas pessoas que ainda estão no Líbano, que ainda não foram resgatadas”, disse completou Lara Fares, 13 anos. “As escolas estão ocupadas, muita gente deslocada nessa guerra, gente que não tem nada a ver com o Hezbollah, completou o pai.
ÀS MULHERES
Também presente à recepção, a primeira-dama, Janja, fez uma saudação especial às mulheres e crianças recém-chegadas ao Brasil.
“Queria deixar aqui o meu carinho especial a todas as mulheres e as crianças que hoje chegam ao Brasil e dizer que o nosso coração está com as mulheres e as crianças que ficaram lá. E dizer novamente uma mensagem para os homens do mundo: por favor, parem de matar nossas mulheres e crianças, parem com essa guerra. O mundo precisa de paz”, afirmou Janja.
ALÍVIO
Casada com um libanês, Sandra Joane Maffei, 59 anos, estava no Líbano desde março com o marido e o filho dele e demonstrou enorme alívio na chegada. “É a maior alegria do mundo, porque viver em um país em guerra, que a gente não pode sair, que a qualquer momento é bombardeado um carro, um prédio perto de onde a gente morava, é terrível, né? A gente não dorme. Tem barulho todas as noites, de avião, bomba, estremece a janela. É uma felicidade (retornar ao Brasil). Ainda mais eu que sou brasileira, né?”.
BOMBARDEIO E PET
Aos 28 anos, a tradutora Nessryn Khalaf desembarcou em Guarulhos ao lado da mãe, da irmã e de sua gata, Lili, um dos três pets trazidos neste primeiro voo.
“Essa era a nossa única esperança, porque a gente não tinha como sair do Líbano. Eu sou muito grata ao governo e ao fato de o presidente realmente ver o que está acontecendo no Líbano. Precisamos que mais países façam a mesma coisa, porque muitas brasileiras continuam no Líbano, em situação de rua, algumas grávidas, com crianças pequenas, e espero que o governo continue com essa missão”, lembrou Nessryn. Infelizmente, ela teve que deixar o pai e a avó em Beirute.
“Quando a gente fugiu era eu e a minha família, todo mundo que estava em casa. Mas para o Brasil viemos só eu, minha mãe e minha irmã. O meu pai teve que ficar porque ele cuida da minha avó que é doente. Seria impossível, porque ela já está no hospital, não anda mais, e teria que ser evacuada com ambulância, né? E isso é impossível no momento”.
RECEPTIVO
Na tripulação do KC-30 veio uma equipe multidisciplinar com três médicos, dois enfermeiros e dois psicólogos para garantir acolhimento e assistência. E, quando o avião tocou a pista da Base Aérea de Guarulhos, os brasileiros já tinham à disposição um receptivo do Governo Federal.
Um grupo de 35 profissionais ligados aos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Saúde, dos Direitos Humanos, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome estava a postos.
ACOLHIMENTO
Servidores da Polícia Federal, da Anvisa e da Receita Federal foram designados para facilitar o processo de imigração. Para prestar atendimentos emergenciais e atualizar cadernos de vacinação, foram destacados 15 integrantes da Força Nacional do SUS. Todos foram treinados no acolhimento sobre questões éticas, culturais e como é o comportamento para receber repatriados do Líbano.
"Tem atendimento de urgência e emergência, de acolhimento, para ver os primeiros sinais e sintomas de algum agravo, de alguma doença crônica agudizada. E tem os primeiros cuidados psicológicos, fazer a abordagem para ver se o que eles estão sentindo está esperado dentro da normalidade, ou se é há alguma intervenção que precisamos fazer", explicou Renato Oliveira Santos, ponto focal da missão de campo da Força Nacional do SUS.
"É importante dizer que as equipes foram divididas entre homens e mulheres que falam português, árabe ou francês. São equipes mistas para a gente conseguir ter uma comunicação fluida", completou Debora Noal, ponto focal de saúde mental e atenção psicossocial da Força Nacional do SUS.
Uma força-tarefa entre MRE e Justiça indicou locais de estadia e orientações sobre locomoção dentro do território nacional. O Ministério do Desenvolvimento Social escalou um time de assistentes sociais para casos em que a família não tenha mais vínculos definidos no Brasil. A pasta atua numa política de abrigamento e avalia situações de vulnerabilidade para agilizar acesso ao Cadastro Único e a programas como o Bolsa Família.
MIGRAÇÕES
Além das equipes das frentes ministeriais, os repatriados terão acompanhamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Agência da ONU para Migrações. A OIM, em conjunto com o MDS, fará entrevistas para avaliar necessidades de proteção e documentação.
VOLTANDO EM PAZ
As ações de repatriação e recepção são similares às realizadas pelo Governo Federal em outubro de 2023, na Operação Voltando em Paz, que repatriou mais de 1.500 brasileiros e mais de 50 pets das zonas de conflito na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel.
PETS
O Ministério da Agricultura e Pecuária manteve a flexibilização de regras para entrada de cães e gatos. As diretrizes facilitam o ingresso desses animais no Brasil.
As unidades da Vigilância Agropecuária Internacional, em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, passam a adotar protocolo especial para animais de estimação provenientes do Oriente Médio.
O procedimento permite que tutores ingressem com os pets sem a apresentação imediata de documentos exigidos em condições normais.
MÚLTIPLAS FUNÇÕES
O KC-30 usado neste primeiro voo de repatriação é um avião com cerca de 240 lugares, autonomia para até 14.500 quilômetros e foi utilizado várias vezes nos voos humanitários de resgate de brasileiros nas zonas de conflito em Israel e em Gaza desde o início da crise Oriente Médio. Com 59 metros de comprimento, é a maior aeronave operada pela FAB.
Tem capacidade de uso em operações estratégicas, apoio logístico e missões humanitárias. Em casos de calamidade, como desastres naturais ou emergências médicas, também pode realizar missões de Evacuação Aeromédica para múltiplos pacientes.
O QUE É
A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do acirramento do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty. O ministro Mauro Vieira mantém conversas frequentes com os chanceleres do Líbano e de países vizinhos com o objetivo de organizar o resgate com segurança.
“Parece que saí do inferno e entrei no paraíso”, definiu Salim Calaun, um dos 229 passageiros resgatados no primeiro voo da Operação Raízes do Cedro. Na chegada, uma recepção articulada por diversas áreas do Governo Federal e a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Base Aérea de São Paulo.
“Espero que vocês encontrem no Brasil a felicidade que tiraram de vocês com esse bombardeio. E que a gente possa reconstruir a nossa vida em paz aqui no Brasil. Vocês sabem que o Brasil tem por volta de oito ou nove milhões de árabes e descendentes, a maioria libaneses. Somos agradecidos, porque vocês ajudaram a construir a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo e o Brasil. Vocês têm muita responsabilidade por aquilo que somos”, ressaltou Lula, ao dirigir-se aos repatriados e à imprensa.
“O Brasil é generoso. Não tem contencioso com nenhum país porque a gente não deseja guerra. A guerra só destrói. Quando não perde a vida, perde escola, hospital, médico, uma série de coisas que trazem tranquilidade para a gente. O que constrói é a paz”, completou o presidente.
Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi agradeceu a ação brasileira não apenas na missão Raízes do Cedro, mas por todo o apoio dado ao país.
“Em nome do povo do Líbano, da comunidade libanesa no Brasil, quero agradecer o presidente Lula e o governo brasileiro. Precisamos do apoio do Brasil e do mundo. Dizem que o Brasil é gigante pela própria natureza. É gigante também pelo coração e acolhimento”, disse.
NOVA MISSÃO
Após a primeira missão da Operação Raízes do Cedro ter sido concluída, o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, revelou que a segunda missão tem início já neste domingo.
“Essa aeronave (o KC-30 da FAB) agora decola de volta para Lisboa, trocando a tripulação, para que amanhã (7/10) possamos fazer o mesmo circuito e possamos, em 48 horas, trazer mais 230 pessoas. Temos de tentar colocar aqui na base aérea de São Paulo cerca de 500 pessoas por semana”. A comunidade brasileira no Líbano tem cerca de 20 mil pessoas. Três mil manifestaram interesse em retornar.
EMOÇÃO
A esposa e as duas filhas de Abdalah Fares foram os primeiros a desembarcar. Bandeira do Líbano na mão e camisa com as bandeiras do Líbano e do Brasil, as três protagonizaram o momento simbólico de amizade entre as nações e foram abraçadas por Abdalah, que esperava ao pé da escada
“Queria agradecer mais uma vez ao governo por trazer minha família de volta ao Brasil sãos e salvos”, declarou Abdalah.
“Estou muito triste pelas pessoas que ainda estão no Líbano, que ainda não foram resgatadas”, disse completou Lara Fares, 13 anos. “As escolas estão ocupadas, muita gente deslocada nessa guerra, gente que não tem nada a ver com o Hezbollah, completou o pai.
ÀS MULHERES
Também presente à recepção, a primeira-dama, Janja, fez uma saudação especial às mulheres e crianças recém-chegadas ao Brasil.
“Queria deixar aqui o meu carinho especial a todas as mulheres e as crianças que hoje chegam ao Brasil e dizer que o nosso coração está com as mulheres e as crianças que ficaram lá. E dizer novamente uma mensagem para os homens do mundo: por favor, parem de matar nossas mulheres e crianças, parem com essa guerra. O mundo precisa de paz”, afirmou Janja.
ALÍVIO
Casada com um libanês, Sandra Joane Maffei, 59 anos, estava no Líbano desde março com o marido e o filho dele e demonstrou enorme alívio na chegada. “É a maior alegria do mundo, porque viver em um país em guerra, que a gente não pode sair, que a qualquer momento é bombardeado um carro, um prédio perto de onde a gente morava, é terrível, né? A gente não dorme. Tem barulho todas as noites, de avião, bomba, estremece a janela. É uma felicidade (retornar ao Brasil). Ainda mais eu que sou brasileira, né?”.
BOMBARDEIO E PET
Aos 28 anos, a tradutora Nessryn Khalaf desembarcou em Guarulhos ao lado da mãe, da irmã e de sua gata, Lili, um dos três pets trazidos neste primeiro voo.
“Essa era a nossa única esperança, porque a gente não tinha como sair do Líbano. Eu sou muito grata ao governo e ao fato de o presidente realmente ver o que está acontecendo no Líbano. Precisamos que mais países façam a mesma coisa, porque muitas brasileiras continuam no Líbano, em situação de rua, algumas grávidas, com crianças pequenas, e espero que o governo continue com essa missão”, lembrou Nessryn. Infelizmente, ela teve que deixar o pai e a avó em Beirute.
“Quando a gente fugiu era eu e a minha família, todo mundo que estava em casa. Mas para o Brasil viemos só eu, minha mãe e minha irmã. O meu pai teve que ficar porque ele cuida da minha avó que é doente. Seria impossível, porque ela já está no hospital, não anda mais, e teria que ser evacuada com ambulância, né? E isso é impossível no momento”.
RECEPTIVO
Na tripulação do KC-30 veio uma equipe multidisciplinar com três médicos, dois enfermeiros e dois psicólogos para garantir acolhimento e assistência. E, quando o avião tocou a pista da Base Aérea de Guarulhos, os brasileiros já tinham à disposição um receptivo do Governo Federal.
Um grupo de 35 profissionais ligados aos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Saúde, dos Direitos Humanos, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome estava a postos.
ACOLHIMENTO
Servidores da Polícia Federal, da Anvisa e da Receita Federal foram designados para facilitar o processo de imigração. Para prestar atendimentos emergenciais e atualizar cadernos de vacinação, foram destacados 15 integrantes da Força Nacional do SUS. Todos foram treinados no acolhimento sobre questões éticas, culturais e como é o comportamento para receber repatriados do Líbano.
"Tem atendimento de urgência e emergência, de acolhimento, para ver os primeiros sinais e sintomas de algum agravo, de alguma doença crônica agudizada. E tem os primeiros cuidados psicológicos, fazer a abordagem para ver se o que eles estão sentindo está esperado dentro da normalidade, ou se é há alguma intervenção que precisamos fazer", explicou Renato Oliveira Santos, ponto focal da missão de campo da Força Nacional do SUS.
"É importante dizer que as equipes foram divididas entre homens e mulheres que falam português, árabe ou francês. São equipes mistas para a gente conseguir ter uma comunicação fluida", completou Debora Noal, ponto focal de saúde mental e atenção psicossocial da Força Nacional do SUS.
Uma força-tarefa entre MRE e Justiça indicou locais de estadia e orientações sobre locomoção dentro do território nacional. O Ministério do Desenvolvimento Social escalou um time de assistentes sociais para casos em que a família não tenha mais vínculos definidos no Brasil. A pasta atua numa política de abrigamento e avalia situações de vulnerabilidade para agilizar acesso ao Cadastro Único e a programas como o Bolsa Família.
MIGRAÇÕES
Além das equipes das frentes ministeriais, os repatriados terão acompanhamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Agência da ONU para Migrações. A OIM, em conjunto com o MDS, fará entrevistas para avaliar necessidades de proteção e documentação.
VOLTANDO EM PAZ
As ações de repatriação e recepção são similares às realizadas pelo Governo Federal em outubro de 2023, na Operação Voltando em Paz, que repatriou mais de 1.500 brasileiros e mais de 50 pets das zonas de conflito na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel.
PETS
O Ministério da Agricultura e Pecuária manteve a flexibilização de regras para entrada de cães e gatos. As diretrizes facilitam o ingresso desses animais no Brasil.
As unidades da Vigilância Agropecuária Internacional, em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, passam a adotar protocolo especial para animais de estimação provenientes do Oriente Médio.
O procedimento permite que tutores ingressem com os pets sem a apresentação imediata de documentos exigidos em condições normais.
MÚLTIPLAS FUNÇÕES
O KC-30 usado neste primeiro voo de repatriação é um avião com cerca de 240 lugares, autonomia para até 14.500 quilômetros e foi utilizado várias vezes nos voos humanitários de resgate de brasileiros nas zonas de conflito em Israel e em Gaza desde o início da crise Oriente Médio. Com 59 metros de comprimento, é a maior aeronave operada pela FAB.
Tem capacidade de uso em operações estratégicas, apoio logístico e missões humanitárias. Em casos de calamidade, como desastres naturais ou emergências médicas, também pode realizar missões de Evacuação Aeromédica para múltiplos pacientes.
O QUE É
A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do acirramento do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty. O ministro Mauro Vieira mantém conversas frequentes com os chanceleres do Líbano e de países vizinhos com o objetivo de organizar o resgate com segurança.
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