Desde cedo, os livros foram uma fonte de consolo e inspiração, ajudando-a a navegar pelos desafios da vida. Entre as principais influências literárias estão Maya Angelou, Adélia Prado, Paulo Coelho, Lucinda Riley, Ryane Leão e Ariano Suassuna, autores que moldaram sua visão de mundo e estilo de escrita.
A paixão de Aline pela literatura não se limitou apenas à leitura, ela conta que sempre contou histórias para seu filho, especialmente antes de dormir, “as histórias antes de dormir sempre foram momentos especiais para nós”, revela Maria Aline, transformando esses momentos em algo especial para ambos.
Quando seu filho recebeu o diagnóstico do transtorno do espectro autista, Aline viu a oportunidade de usar suas habilidades de contadora de histórias para criar algo significativo. Ela escreveu “Emanuel e a Arara Azul”, uma história inspirada no hiperfoco em araras de seu filho que retrata como um colega autista se sente na escola e no cotidiano.
“Emanuel e a Arara Azul”: Uma Jornada de Inclusão e Amizade Verdadeira
O livro de Maria Aline aborda temas fundamentais como inclusão social, amizade, cotidiano escolar e as terapias necessárias para crianças no espectro autista. A história reflete profundamente as vivências da própria Aline e de seu filho, trazendo autenticidade e sensibilidade às páginas. A capa do livro, que mostra o personagem usando um “abafador de ruídos”, é um detalhe intencional para que as crianças autistas possam se identificar imediatamente.
Aline espera que seu livro ofereça uma representação fiel e acolhedora para outras famílias que vivem experiências semelhantes. Ela deseja que essas famílias se sintam vistas e compreendidas. A reação do seu filho ao se ver representado no livro, assim como o feedback positivo das professoras e profissionais que o atendem, foram momentos particularmente emocionantes para a escritora. A colaboração com a ilustradora Greta Otto também foi essencial para tornar o livro uma obra especial.
Apesar da naturalidade com que escreve, Maria Aline enfrentou desafios significativos ao publicar seu livro. O mercado literário, segundo ela, é repleto de barreiras e muitas vezes não oferece o encorajamento necessário aos escritores. “Gostar de escrever e amar a criatividade não são suficientes para ser publicado e, o mais importante, ser lido”, lamenta.
O mercado literário apresenta diversas barreiras, incluindo a existência de “bolhas literárias” que dificultam a entrada de novos autores. Apesar desses obstáculos, Aline perseverou e conseguiu trazer sua história ao público.
Quanto ao futuro, Maria Aline não descarta a possibilidade de escrever mais livros. “Ainda não pensei sobre isso, mas a criatividade e o repertório de histórias antes de dormir são infinitos!”, afirma. Com seu talento e dedicação, é possível que mais obras inspiradas em suas experiências e nas histórias que conta para seu filho venham a surgir.
*Agora RN