Os governadores dos estados do Nordeste divulgaram carta expressando críticas à recente entrevista do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na qual ele propôs a formação de uma frente Sul-Sudeste em contraposição aos estados do Norte e do Nordeste. A carta, assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo, que preside o Consórcio Nordeste e representa os demais líderes estaduais da região, ressalta que tal abordagem seria prejudicial para o país, ignorando as profundas disparidades que permeiam a nação e perpetuando um modelo de governança que historicamente contribuiu para acentuar essas desigualdades.
“Indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades”, diz a nota.
A entrevista dada por Zema ao Estadão na qual ele defende a ideia de uma aliança entre as regiões Sul e Sudeste em busca de uma maior igualdade nos repasses e programas do governo federal gerou amplas críticas tanto no cenário político quanto social. Políticos, principalmente aqueles alinhados à esquerda, se manifestaram contra a proposta, destacando a importância de uma abordagem mais unificada em prol do desenvolvimento nacional.
Os governadores nordestinos enfatizaram o papel dos consórcios Nordeste e da Amazônia Legal, destacando que essas iniciativas foram criadas com base nas profundas identidades regionais, culturais e históricas compartilhadas por essas áreas. A carta argumenta que a unificação dos estados do Sul e Sudeste em um consórcio oposto ao Norte e ao Nordeste pode representar um passo significativo rumo a um novo arranjo federativo no Brasil, desde que sejam adotadas políticas voltadas para a redução das desigualdades, o respeito à diversidade e a promoção da sustentabilidade.
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