Rodrigo Pacheco (DEM) acaba de ser eleito presidente do Senado — e, portanto, também do Congresso Nacional. Ele derrotou Simone Tebet (MDB).
Três senadores não votaram: Jaques Wagner (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB) por questões médicas; e Chico Rodrigues (DEM), que está afastado desde que foi flagrado com dinheiro entre as nádegas.
Mais cedo, os senadores Jorge Kajuru (Cidadania), Major Olimpio (PSL) e Lasier Martins (Podemos) retiraram suas candidaturas para apoiar Tebet.
Em seu primeiro mandato, Pacheco, senador por Minas Gerais, sucederá seu correligionário Davi Alcolumbre, ficando no comando do Congresso pelos próximos dois anos. O senador do Amapá tinha o plano de tentar a reeleição, mas o STF, por 6 votos a 5, declarou, no fim do ano passado, a obviedade da inconstitucionalidade da recondução ao cargo na mesma legislatura.
Pacheco, então escolhido por Alcolumbre para sucedê-lo, recebeu a benção de Jair Bolsonaro e garantiu o apoio formal de 10 partidos: DEM, PSD, Pros, Republicanos, PSC, PT, PL, Progressistas, PDT e Rede.
Além disso, o candidato teve votos declarados nas bancadas do PSDB, do Podemos e do próprio MDB, que rifou a candidatura de Tebet. Essa grande base de apoio foi formada por meio de acordos que envolveram a distribuição de cargos na Mesa Diretora e nas comissões, além da liberação de verba extra do governo federal, ainda quando Alcolumbre acreditava que poderia se reeleger.
A dobradinha de Alcolumbre com Pacheco começou ainda em 2019, quando do vazamento das mensagens roubadas da Lava Jato. Na ocasião, como relembramos aqui, o senador do Amapá determinou que o colega apressasse a apresentação de seu relatório a favor da famigerada lei de abuso de autoridade.
Pacheco tem 44 anos e nasceu em Porto Velho, mas foi criado em Passos (MG), cidade natal de seus pais. Advogado, o senador é especialista em direito penal, tendo sido conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Desembarcou em Brasília como político somente em 2014, após ter sido eleito deputado federal pelo MDB. Na Câmara, presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em meio ao impeachment de Dilma Rousseff. Em 2018, elegeu-se senador pelo DEM.
A Crusoé, em reportagem de Helena Mader na penúltima edição da revista, mostrou como Pacheco usa o mandato para defender os próprios negócios.
À frente do Senado, Pacheco deverá dar continuidade à gestão de Alcolumbre, barrando CPIs como a da Lava Toga e ignorando pedidos de impeachment de ministros do STF. Ele também não fará qualquer esforço para que o Conselho de Ética analise representações envolvendo Flávio Bolsonaro.
O senador por Minas Gerais já manifestou sua posição contrária a um possível processo de impeachment do presidente da República. No campo econômico, ele pode até apoiar a agenda reformista, mas tem divergências com a equipe de Paulo Guedes em questões importantes para o governo, como a privatização da Eletrobras — Pacheco é contra.
*O Antagonista
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