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24 janeiro 2025

Vício em telas é reconhecido como doença pela OMS; saiba como identificar e prevenir

O vício em telas, incluindo celulares, computadores e outros dispositivos digitais, já é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A dependência de internet, jogos e dispositivos foi incluída no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), que reconhece o vício como uma condição com sinais e sintomas específicos, exigindo atenção de pais, educadores e profissionais de saúde.

A médica psiquiatra Ana Beatriz, em entrevista à 94 FM, destacou a gravidade do problema e alertou para as consequências desse comportamento, especialmente em crianças e adolescentes. “O uso excessivo traz muitos malefícios, inclusive já tem a dependência de internet, de celular e jogo patológico como doença caracterizada, com sinais e sintomas bem estabelecidos”, explicou.

Segundo Ana Beatriz, o vício em telas pode afetar diretamente a saúde física e mental dos usuários. “Esse uso excessivo vai acarretar mais obesidade, porque diminui a atividade física, e também prejudica o sono reparador, interferindo em várias áreas da vida, como o isolamento social, a memória, a criatividade e a capacidade de resolução de problemas”, afirmou a psiquiatra.

Além disso, a especialista alertou para os prejuízos nas relações interpessoais: “A qualidade das interações em casa, com os responsáveis, diminui. Muitas vezes, os pais utilizam as telas como uma forma de distrair a criança, mas isso não é a solução. Pelo contrário, isso afeta o desenvolvimento dela.”

O diagnóstico de dependência digital pode ser feito com base em comportamentos específicos. Ana Beatriz apontou que “os sintomas de vício em telas são parecidos com outros tipos de dependência, como álcool ou drogas. A pessoa reduz os momentos de interação social e prazer fora das telas, aumenta o tempo de uso mesmo querendo reduzir e apresenta alterações no sono e apetite”.

Outro ponto importante é a irritabilidade e a compulsão. “O indivíduo sente a necessidade de passar mais tempo conectado para obter o mesmo prazer que antes, e, se não consegue, fica irritado ou ansioso”, destacou.

No entanto, a prática está distante da teoria. “Hoje em dia, crianças e adolescentes passam o dobro ou mais desse tempo recomendado nas telas”, alertou Ana Beatriz.

A psiquiatra enfatizou a importância de estabelecer regras claras e oferecer alternativas de lazer. “Os pais precisam criar uma rotina e oferecer atividades fora das telas, como esportes, passeios em família ou jogos de tabuleiro. É fundamental que a família esteja presente e participe dessas atividades.” Ela destacou que o exemplo dos pais também é crucial. “Se os adultos não têm controle sobre o próprio uso do celular, como ensinar isso às crianças?”, questionou.

Outro ponto levantado foi a importância de buscar ajuda profissional em casos mais graves. “A terapia é imprescindível para investigar as razões desse uso excessivo e ajudar no processo de desintoxicação. Em casos avançados, o acompanhamento psiquiátrico também pode ser necessário”.

*Agora RN

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