Julgamento aconteceu na Comarca de Monte Alegre — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi |
O crime aconteceu na madrugada de 5 de junho de 2019 no município de Monte Alegre, Região Metropolitana de Natal.
O réu foi condenado a pena máxima por feminicídio - em um homicídio duplamente qualificado -, fraude processual - por ter mudado a cena do crime para dificultar a investigação - e posse ilegal de arma de fogo.
"Ele mobilizou meios e fundos. Criou obstáculos no local do crime, conversou com testemunhas, colocou a família pra conversar com testemunhas, trouxe dois presos pra depor em juízo", disse o assistente de acusação Fernandes Braga. "Foi feito justiça. Não se esperava uma outra coisa".
O casal chegava em casa, quando houve uma troca de tiros entre criminosos e Serafim Crisóstomo. Josierica havia descido do carro para abrir o portão da residência e foi atingida na cabeça.
Os exames periciais comprovaram que o tiro que matou a universitária de 23 anos partiu da arma do então namorado. E que isso não teria sido por acaso, já que as investigações da Polícia Civil apontaram que Serafim forjou o assalto para matá-la.
O comerciante foi detido 48 dias depois do crime - em 23 de julho de 2019 - e seguiu preso até o julgamento. Ele chegou a ir ao velório e à missa de sétimo dia de Josierica, segundo contaram os familiares da jovem.
Julgamento
O julgamento teve início na segunda-feira (26) e contou com mais de 30 depoimentos no Fórum da Comarca de Monte Alegre. O júri popular foi formado com cinco mulheres e dois homens. A decisão foi anunciada pela juíza Ana Paula dos Santos no fim da tarde desta quarta-feira (28).
O caso movimentou a cidade. A rua que dá acesso ao fórum precisou ser fechada por conta das manifestações das famílias envolvidas e de populares do município de aproximadamente 22 mil habitantes.
Rua que dá acesso ao fórum em Monte Alegre foi interditada pela PM — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi |
Além disso, o comerciante disse que atirou algumas vezes e não apenas uma, mudando também a versão de que havia feito apenas um disparo.
No entanto, ele manteve a posição de negar as acusações de que haveria forjado o assalto e de que teria atirado contra a então namorada para matá-la.
Serafim Cristóstomo saiu do julgamento antes de ouvir a própria sentença. A motivação alegada foi de segurança.
O crime
A universitária Josierica da Rocha Alves levou um tiro na cabeça quando chegava em casa com o namorado Serafim Crisóstomo Júnior por volta das 1h30 da madrugada do dia 5 de junho de 2019.
A jovem cursava educação física em uma universidade particular de Natal e havia voltado de ônibus para a cidade de Monte Alegre, onde morava, à noite. O namorado a buscou em uma parada. Depois de algum tempo, eles se dirigiram para casa.
Quando eles chegaram na residência, Josierica desceu para abrir o portão. Criminosos haviam invadido o imóvel e houve uma troca de tiros entre eles e Serafim, que estava dentro do carro. A jovem foi atingida na cabeça, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Josierica da Rocha Alves tinha 23 anos — Foto: Arquivo pessoal |
*Do G1 RN