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27 abril 2020

Moro deve falar à CPI das Fake News assim que for chamado, e Planalto monitora STF

Moro durante a entrevista coletiva em que anunciou a saída do Ministério da Justiça, na sexta-feira (25) — Foto: Reprodução/GloboNews
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro deve falar à CPI da Fake News assim que for chamado pelos parlamentares.
Fontes ouvidas pelo blog têm repetido que o depoimento do ex-ministro será importante para aprofundar a interferência política do presidente Bolsonaro na Polícia Federal, acusação feita por Moro durante entrevista coletiva em que anunciou sua demissão, na sexta-feira (24).
A quem pergunta se Moro comparecerá à CPI, o ex-ministro repete que a ida não depende dele. Ele pode ser convidado ou convocado pela comissão.
A expectativa de parlamentares é que Moro vá, atendendo a convite, e tenha munição para além das mensagens apresentadas na última sexta-feira, que apontariam a insistência do presidente na troca da PF com o objetivo final de blindar sua família de investigações.
As atividades da CPI das Fake News, assim como as de outras comissões do Congresso, estão suspensas por conta da pandemia. Os trabalhos deveriam ter sido encerrados em 13 de abril mas foram prorrogados por mais 180 dias – que passam a ser contados depois que os trabalhos forem retomados –, numa derrota imposta pelo Congresso a Bolsonaro.
Os integrantes da comissão articulam para retomar os trabalhos o mais rápido possível, e vão apelar ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, para que isso ocorra.
O Palácio do Planalto acompanha as movimentações de Moro: teme a repercussão de uma ida do ex-ministro à CPI das Fake News combinada com o que Moro pode entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que está sob relatoria do ministro Celso de Mello.

'Arrebentar' com a PF
Antes de deixar o governo, Moro repetia a aliados que, se deixasse o governo, Bolsonaro iria “arrebentar” com a Polícia Federal.
Para a Polícia Federal e para o Ministério da Justiça, Bolsonaro escolheu nomes do círculo pessoal e ligados à família Bolsonaro: Alexandre Ramagem (PF) e Jorge Oliveira (Justiça). As nomeações, entretanto, ainda não ocorreram.
A escolha de Bolsonaro foi tomada com base em consultas familiares e de advogados, como o advogado Frederick Wassef, que defende Flavio Bolsonaro na investigação envolvendo o esquema de rachadinhas.
No domingo, Wassef esteve no Palácio da Alvorada, com Flavio, em meio às negociações para definir o futuro chefe do Ministério da Justiça.
Procurado pelo blog, Wassef disse que foi ao encontro do presidente para tratar de questões jurídicas, já que defende Bolsonaro também – e que foi “mera coincidência” ter ido ao Palácio no domingo.
A ala militar do governo foi contra a escolha de Jorge porque queria um jurista renomado. Mas foi, novamente, vencida: assim como não conseguiu demover Bolsonaro de demitir Valeixo, não conseguiu emplacar um nome fora do círculo pessoal do presidente para a Justiça. Para a vaga de Jorge Oliveira, está cotado o Almirante Flavio Rocha, hoje na Secretaria de Assuntos Estratégicos.


*Por Andréia Sadi - G1

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