Planejado desde o início do século 20, o reservatório teve sua construção iniciada em 1932, no leito do rio Barra Nova, por iniciativa do ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida.
A obra foi concluída no fim de 1935 e inaugurada oficialmente em 3 de fevereiro de 1936 como salvação para uma população de sertanejos que sofria com as secas características do semiárido brasileiro.
O texto usado no Enem foi extraído de um livro do seridoense Francisco de Medeiros Valle, publicado em 1994, que contou suas memórias sobre a construção. O autor comparava o cenário de homens trabalhando na obra ao movimento de formigas sob o sol escaldante.
A cidade de Caicó se desenvolveu em volta do reservatório e atualmente conta cerca de 70 mil habitantes. O açude, porém, vive tempos difíceis.
Com o passar dos anos, o açude foi assoreado e perdeu parte da sua capacidade de armazenamento.
Atualmente, ele pode guardar até 75,8 milhões de metros cúbicos de água, mas está no seu volume morto, com cerca de 2,8 milhões de metros cúbicos - ou 3,8% da capacidade. A medição foi feita no último dia 11 de novembro pela Secretaria de Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte.
Segundo Procópio Lucena, a última sangria do açude ocorreu em 2012. Há oito anos a cidade de Caicó não é mais abastecida pelo reservatório. Em 2016, ele voltou a ser usado apenas por alguns dias, por causa da falta de água na região.
As poucas águas do Itans têm servido exclusivamente para abastecimento das pessoas que moram às suas margens, além da psicultura e da irrigação de plantações ao redor.
Segundo o secretário de recursos hídricos do Rio Grande do Norte, João Maria Cavalcanti, o reservatório recebe pouca água por causa de outros barramentos construídos ao longo do rio, que corre da Paraíba no sentido ao Rio Grande do Norte.
Ainda de acordo com o secretário, o açude não deverá ser contemplado pelas águas da transposição do Rio São Francisco, que vão chegar ao estado por Jardim de Piranhas.
Segundo Procópio Lucena, há mais de 1.200 barramentos construídos ao longo do Rio Barra Nova, que atualmente dificultem que a água da chuva chegue ao Itans.
Para o representante da comissão responsável pela alocação da água do Itans, há outros problemas, como a falta de planos de segurança da barragem, manutenção e ações de emergência.
"Infelizmente o reservatório Itans não tem nada destes instrumentos e legalmente é obrigado tê-los para maior segurança", afirma.
Embora ele considere que as obras do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Denocs), como é o caso do reservatório, sejam seguras, é preciso haver esses planos especialmente porque o reservatório se encontra próximo à cidade.
Ele ainda defende que a parede do Itans, que tem cerca de 1.300 metros, deixe de ser usada para passagem de veículos - inclusive carros pesados - para ser aproveitada por pedestres, que possam caminhar no local e contemplar a vista.
*Do G1 RN
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