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06 julho 2024

Restrição de insulinas análogas na rede pública pode comprometer controle do diabetes, alerta especialista

A suspensão da oferta de insulinas análogas para pacientes com diabetes tipo 2 na rede pública, atendendo a recomendações do Ministério da Saúde, pode prejudicar o controle da doença por parte desse público. É o que avaliou a médica endocrinologista, Yana Martins, em entrevista à Jovem Pan News Natal nesta sexta-feira (5). A medida será seguida pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal e passa a vigorar em agosto.

A diabetes consiste em uma condição causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. Atualmente, Natal é a capital do Nordeste com maior percentual de diabéticos, com 11,8%. Os dados são do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2023), do Ministério da Saúde.

A endocrinologia Yana Martins aponta que as insulinas análogas apresentam um funcionamento mais próximo do pâncreas humano e precisam de um menor número de aplicações em comparação às mais antigas. “Para os pacientes que têm falência pancreática – não tem mais a capacidade de produzir a insulina que eles precisam- vou precisar de uma insulina estável que é a análoga da NPH e as ultra rápidas que são aplicadas antes [dos pacientes] comerem”, esclarece.

No caso das análogas, o tempo de ação é de 2 a 3 minutos, enquanto a insulina NPH ou regular começa a agir em cerca de 15 minutos. Por conta disso, a recomendação do Ministério da Saúde preocupa na medida em que os pacientes podem ter o controle da diabetes prejudicado, posteriormente, serem atingidos com o controle da doença.

A especialista orienta, nesse sentido, que caso a recomendação não seja contestada por meio da judicialização e as medidas do Ministério da Saúde permanecem, os pacientes busquem as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para readequação do tratamento contra a doença.

Causas
De acordo com Yana Martins, a diabetes ainda é uma doença atravessada pelo desconhecimento do diagnóstico. Aliado a isso, com o isolamento social que marcou a pandemia da Covid-19, a mudança no estilo de vida da população pode estar entre os fatores que levaram ao aumento de casos da doença. Entre eles, o sedentarismo e uma alimentação inadequada.

A diabetes tipo 2, especialmente, é multifatorial. “A gente tem obesidade entrando, dislipidemia, esteatose hepática [acúmulo de gordura no interior das células do fígado]. Tudo isso entra dentro da síndrome metabólica e aumento da diabetes tipo 2”, complementa.

Tratamento
Yana Martins explica que boas escolhas nutricionais são fundamentais para pacientes diabéticos. Ela alerta, contudo, que o público não precisa ter uma dieta restritiva ou deixar de aproveitar momentos de exceção. No caso de pré-diabéticos, quando há uma possibilidade de reversão, também é fundamental que os cuidados sejam mantidos mesmo após o paciente apresentar exames positivos.

A especialista continua esclarecendo que, mesmo ao optar por alimentos saudáveis, o excesso pode ser prejudicial. “Não é só a qualidade ruim, mas a quantidade de algo bom. Então você também vai dar trabalho para esse pâncreas que já está adoentado para a digestão”, argumenta.

*Tribuna do Norte

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Uma doença que exige muito cuidado e atenção, afinal, não tem cura. São quase 17 milhões de diabéticos no Brasil, por isso precisamos GARANTIR o fortalecimento do SUS e o programa Farmácia Popular.
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