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11 abril 2021

PELA PRIMEIRA VEZ, NATAL SOMA MAIS MORTES QUE NASCIMENTOS EM UM MÊS

Em março de 2021, pela primeira vez, a capital do Rio Grande do Norte registrou mais mortes do que nascimentos, de acordo com os dados oficiais do Portal da Transparência do Registro Civil do Brasil, cuja série histórica começou em 2015. Em um mês, Natal teve 976 óbitos e 932 nascimentos registrados. 

Os dados englobam todos os nascimentos e mortes registrados nos cartórios. Entre janeiro e março, a capital teve 2.765 nascimentos e 2.050 óbitos. Mesmo após o início da pandemia da Covid-19, nenhum mês havia registrado mais mortes que nascimentos. 

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a capital registrou 408 mortes por Covid-19 em março. Portanto, a doença representaria 41,8% de todas as mortes na capital ao longo do mês. 

Para o professor Flávio Freire, do Departamento de Demografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o resultado é incomum para os padrões que os cientistas acompanham ao longo da história e a principal explicação seria a pandemia da Covid-19. 

O professor ainda levantou dados históricos de 1996 a 2019. "Em nenhum desses anos houve mais mortes do que nascimentos. E essa é a tendência esperada", ressaltou. 

Se a mortalidade não cair ao longo do ano, a pandemia poderia "antecipar" a diminuição da população antes do prazo esperado até então pelos pesquisadores que acompanham a dinâmica populacional. Porém, para o professor, a inversão demográfica não deverá ser prolongada. 

"Não há razão para acreditar que esse efeito de mais mortes do que nascimentos seja prolongado e irreversível. Deve ser efeito de curto prazo
— Flávio Freire, professor da UFRN 

Freire disse que, no Brasil, projeções do IBGE e também do Laboratório de Estimativas e Projeções Populacionais da UFRN, preveem o início do processo de redução da população brasileira entre 2045 e 2050, mas por causa da diminuição da natalidade. Em Natal, a projeção é um ainda anterior e fica por volta de 2030. "Isso ocorreria por efeito estrutural, com as mulheres tendo cada vez menos filhos em média cada uma, e o número relativo de mulheres em idade fértil diminuindo", explicou. 

Do ponto de vista científico, os pesquisadores consideram que os dados ainda são muito recentes e ainda pode haver subnotificação, para realização de estudos mais conclusivos. Porém o professor afirma que a pandemia causa impactos demográficos que serão estudados. 

*Do G1 RN