“O processo para doação é seguro e de muita confiança, porque nossos laboratórios são credenciados e auditados”, diz ela, referindo-se ao Lacem, que coleta as amostras e encaminha para o Hemonorte para a realização de testes sorológicos. “Tudo é feito seguindo as normas do Sistema Nacional de Transplantes”, afirma Nunes.
Segundo ela, não basta apenas querer ser doador. “Há uma avaliação criteriosa para que não sejam levadas doenças ao receptor. Então, a gente analisa histórias de neoplasias e de cirurgias.
Se a pessoa já teve câncer, por exemplo, não pode doar. Em relação às infecções, a gente colhe vários exames para afastá-las dos pacientes à espera de um transplante. São realizadas sorologias para hepatite B e C, HIV e HTLV (vírus da mesma família do HIV). Além disso, é feito um rastreamento para detecção de sífilis”, descreve Rogéria Nunes.
Há testagem obrigatória, ainda, para doenças como toxoplasmose e citomegalovírus (da família do vírus da herpes). “O doador é testado obrigatoriamente para todas essas doenças”, pontua a coordenadora da Central de Transplantes. Na segunda-feira (14), duas pessoas foram presas no Rio de Janeiro por suspeita de envolvimento em um caso de órgãos para transplante que resultou em infecção com HIV para seis pacientes receptores. Os exames eram feitos pelo laboratório privado PCS Lab Saleme, que possuía contratos assinados com o Governo do Rio.
A polícia investiga quais falhas levaram à contaminação dos pacientes. No Rio Grande do Norte, de acordo com Rogéria Nunes, os testes sorológicos são feitos por laboratórios públicos. “O nível técnico dos profissionais que atuam nesses laboratórios – o Lacem e o Hemonorte – é muito alto.
São profissionais treinados para atender a grandes demandas, uma vez que eles atuam em todo o Estado, seguindo as normas do SNT, o Sistema Nacional de Transplantes”, esclarece Nunes.
Além dos cuidados para evitar a transmissão de infecções, ela comenta que outros fatores são igualmente considerados para proteger os receptores de doenças. “São questões que variam de acordo com o tipo de doação. Se for um transplante de coração, o doador não pode ter mais de 46 anos. Esta mesma regra não se aplica à doação de fígado, por exemplo, onde não existe limitação de idade para o doador. Cada caso tem uma especificidade própria, mas tudo é muito bem avaliado”, assegura a coordenadora.
*Informações: Tribuna do Norte.