Prefeito de Encanto decide descumprir decreto do Estado e secretária de Saúde deixa gestão: “Não posso assumir a responsabilidade do caos dos próximos dias”.
A secretária de Saúde do município de Encanto, Lídia Guedes, pediu exoneração do cargo. O pedido foi feito e acatado pelo prefeito Alberone Neri.
Lídia não aceitou continuar fazendo parte da gestão do prefeito do Democratas, que mesmo diante do aumento de casos confirmados e de mortes por covid na região Oeste, emitiu nota afirmando que não vai seguir o decreto do Governo do Estado, com validade desde a sexta-feira, 21, até 6 de junho, exclusivamente nos municípios da 6ª Regional de Saúde, na qual Encanto está inserida.
O decreto, com medidas mais restritivas, solicitado por prefeitos da regional, foi literalmente ignorado pelo prefeito. Sem avisar à secretária, o prefeito publicou nota nas redes da Prefeitura confirmando que iria desobedecer o decreto.
“Pedi exoneração para ficar de consciência tranquila, não posso assumir a responsabilidade do caos dos próximos dias”, disse a secretária.
Afirmando que esta foi a gota d’água e que vinha enfrentando outras divergências em relação à saúde pública. Vale salientar que o prefeito não é médico.
Com o liberou geral do prefeito, na sexta-feira, já com o decreto do governo em vigor na 6ª regional, rolou uma festa em uma granja no município de Encanto.
A secretária acionou a Polícia Militar que já vem cumprindo o decreto estadual, e a festa foi encerrada à meia-noite com a chegada dos PMs.
Lídia Guedes é aliada política do prefeito, e pelo que diz, não há rompimento, porém, desentendimento profissional.
A secretária é psicóloga e compreende mais do que politicamente a necessidade dos cuidados diante da pandemia que acena com uma terceira onda de mortes em todo o Brasil, por isso o pedido de exoneração.
Neste domingo cedo o prefeito enviou mensagem agradecendo a Lídia “pelos serviços prestados ao Encanto enquanto Secretária”.
Alberone não agradeceu a Lídia por ter lhe presenteado com o mandato de prefeito.
Em setembro do ano passado ela foi chamada de “rapariga” pelo ex-prefeito Atevaldo, filiado ao Republicanos que ela preside, e pré-candidato à reeleição. Em troca, Lídia não garantiu a legenda e Atevaldo, que teria uma reeleição garantida, não conseguiu ser candidato. Lídia apoiou Alberone, que mesmo já tendo sido prefeito por dois mandatos, não se elegeria numa disputa com Atevaldo.
No cargo, a gratidão foi pro espaço.
Fonte: Thaisa Galvão/Grupo Cidadão 190
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