Um dos animais símbolos do nordeste está ameaçado de extinção. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV-BA) diz que, em 2022, pode não existir mais jumentos na região. Apesar de ser muito usado para transportar cargas e pessoas, o jumento hoje é vítima do abate e tem seu couro exportado para países asiáticos, principalmente a China. As informações são do Correio 24 horas.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento mostram que 5.396 jumentos foram abatidos na Bahia somente em abril de 2021. A presença da espécie diminui cada vez mais, eram cerca de 300 mil cabeças, na Bahia, em 1995, e caiu para 93 mil, em 2017.
Isso acontece pois a pele dos jumentos é usada pela indústria farmacêutica e de cosméticos para produzir o ejiao, uma gelatina da Medicina Tradicional Chinesa, que promete longevidade e virilidade. A pele crua e couros de jumentos, mulas e cavalos também são exportadas para Itália, Portugal, Hong Kong, Espanha e China.
Quase todos os jumentos do Brasil estão no Nordeste. A Bahia concentra 90% dos jumentos brasileiros. Em 2017, o estado passou a exportar carne e couro à China, e tinha meta de enviar 200 mil unidades por ano. O abate chegou a ser banido na Bahia, em 2018, devido a uma ação da sociedade civil, mas voltou a acontecer em setembro do ano seguinte.
*Jair Sampaio
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