Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi |
Ao todo, a corporação registrou 168 desaparecimentos de janeiro a abril, contra 105 casos no mesmo período do ano passado. Os dados oficiais não apontam, no entanto, o percentual de pessoas dadas como desaparecidas que foram encontradas depois.
De acordo com os dados, a maior parte das ocorrências foi registrada nas delegacias de Natal. Ao todo, a capital registrou 90 desaparecimentos desde o início do ano, ou seja, 53,5% das ocorrências no estado. No mesmo período do ano passado, apenas 37 casos tinham sido registrados na capital.
Do total de desaparecidos no primeiro quadrimetre de 2022, na capital, 19 foram crianças e adolescentes menores de idade.
Somente em abril, a polícia registrou 8 boletins de ocorrência de famílias à procura de adolescentes com idades entre 12 e 17 anos que tinham sumido.
Os dados são do Núcleo de Investigação Sobre Pessoas Desaparecidas (NIPD), vinculado à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
Segundo o delegado Cláudio Henrique, da 9ª DHPP, os casos são investigados prioritariamente pelas delegacias de homicídios. Nos municípios onde não existem unidades especializadas, os inquéritos e buscas ficam a cargo das delegacias municipais, que são apoiadas pelo NIPD.
Para ele, é impossível, em um primeiro momento, explicar as causas do aumento do registro de desaparecimentos.
"Esse é um fenômeno social muito complexo, com diversos fatores que podem influenciar no aumento do registro. Faz-se necessário uma analise profunda dos dados de desaparecimento de anos anteriores, especialmente pré-pandemia, a fim de se buscar uma causa que explique aumento", considerou.
Um dos casos de desaparecimento registrados em 2022 foi do comerciante Leonardo Paulino de Morais, de 24 anos, que saiu de casa, na região metropolitana, para fazer uma entrega em Natal, no dia 18 de março. Desde então, ele não entrou mais em contato com a família.
Outro desaparecimento foi de João Fernandes Filho, de 73 anos, que aconteceu no dia 2 de fevereiro. Em março, a Polícia Civil prendeu um suspeito que confessou que matou o idoso e enterrou o corpo dele em uma praia de Areia Branca, no Oeste potiguar. Apesar disso, o corpo não foi localizado.
De acordo com o delegado Cláudio Henrique, ao perceber o desaparecimento de uma pessoa, a família deve procurar uma delegacia e apresentar todos os dados possíveis do desaparecido, incluindo redes sociais e telefones utilizados, além de relatar da forma mais detalhada possivel a rotina e a vida social da pessoa.
*Do G1 RN
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