O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (3), em operação sobre fraude no cartão de vacinação contra Covid-19.
As informações colhidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) no processo de apuração sobre a suposta manipulação de dados no cartão de vacinação do ex-mandatário embasaram a operação da PF.
A suspeita, de acordo com investigadores da CGU ouvidos pela CNN, é de que ex-assessores de Bolsonaro acessaram o sistema do Ministério da Saúde para inserir e apagar dados do cartão de Bolsonaro, “para passar a impressão de que não houve a vacinação de Bolsonaro”, disse uma fonte à CNN.
O ex-presidente sempre negou que tenha se vacinado contra a Covid-19.
CGU confirmou registro de vacinação de Bolsonaro contra Covid
O ministro da CGU Vinícius de Carvalho confirmou, durante entrevista à CNN em fevereiro, haver registro de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro.
À época, Carvalho confirmou a existência de uma troca de ofícios entre a CGU e o Ministério da Saúde questionando se Bolsonaro teria recebido uma dose da vacina Janssen no dia 19 de julho de 2021.
“Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar”, afirmou Carvalho na ocasião.
Bolsonaro disse a aliados não ter se vacinado
Após repercussão da entrevista de Carvalho, a CNN apurou que Bolsonaro disse a aliados não ter tomado a vacina contra a Covid-19 e que cogitava processo o ministro da CGU.
Em tom bastante exaltado, Bolsonaro disse a pessoas próximas estar disposto a fazer qualquer exame que comprovasse que não tomou o imunizante.
Ministério da Saúde negou acesso a cartão de vacina de Bolsonaro
No dia 23 de fevereiro, o Ministério da Saúde, em resposta à CNN por meio da Lei de Acesso à Informação, afirmou que o fornecimento de informações sobre o cartão de vacinação de Bolsonaro “não é passível de atendimento, uma vez que os dados solicitados, por serem referente à saúde, vinculados a uma pessoa natural, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Ainda de acordo com o documento do ministério, os dados são considerados pessoas e sensíveis, “os quais só poderão ser objeto de tratamento nas hipóteses legalmente estabelecidas”.
CGU retirou sigilo do cartão de vacina de Bolsonaro
Em 13 de março, a CGU decidiu retirar o sigilo do cartão de vacinação do ex-presidente. À época, o órgão informou que as informações seriam somente divulgadas após o encerramento da investigação sobre suposta inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
A CNN entrou em contato com a CGU e aguarda retorno.
*Por CNN/BG
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