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28 janeiro 2025

Delação de Mauro Cid aponta intenção de Bolsonaro instalar ditadura no Brasil

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, afirmou em delação premiada sobre planos golpistas que integrantes do círculo mais próximo ao ex-presidente tinham para instalar uma ditadura no País, após a vitória de Lula (PT) em 2022. Parte do depoimento, homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em setembro de 2023 foi divulgado pelo colunista Elio Gaspari no último domingo 26.

Segundo a delação de Mauro Cid, Bolsonaro era influenciado por três grupos com diferentes visões sobre os rumos políticos do Brasil. Ele disse que o mais radical defendia a mobilização de um “braço armado” para viabilizar um golpe de Estado e, entre os integrantes do núcleo, citou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teriam “instigado constantemente” o ex-presidente a adotar medidas golpistas.

Além de Michelle e Eduardo, integravam a ala que defendia um golpe militar os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES), o assessor Filipe Martins e o general Mário Fernandes. Segundo Cid, eles instigavam Bolsonaro a agir, afirmando que ele tinha apoio popular e dos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) para executar o golpe. Destes, apenas Filipe e Mário foram indiciados pela Polícia Federal no inquérito sobre a tentativa de golpe.

Outro grupo apontado por Cid foi denominado “conservadores” e pretendia transformá-lo em líder da oposição. O terceiro grupo era dos “moderados”, que reconheciam o resultado das urnas e rejeitavam intervenções radicais. Entre estes, estariam os generais Freire Gomes, então comandante do Exército, e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.
CRÍTICAS AO VAZAMENTO

A defesa de Bolsonaro classificou as revelações como “vazamentos seletivos” e expressou indignação com a divulgação do conteúdo da delação. Em nota, os advogados do ex-presidente declararam que as investigações estão sendo conduzidas de forma “semissecreta”, restringindo o acesso das defesas e prejudicando o direito à ampla defesa.

*Fonte: Agora RN

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