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05 janeiro 2025

PARANÁ: Cinco indígenas são baleados em conflito por terras

Um ataque a indígenas Avá-Guarani durante disputa de terra na comunidade Tekoha Guasu Guavirá, entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná, deixou cinco pessoas feridas, incluindo duas crianças, na noite desta sexta-feira (3), segundo o cacique Ilson Soares.

Este é o quarto ataque sofrido pela comunidade nos últimos sete dias, intensificando o clima de tensão na região. Segundo relatos de lideranças indígenas, eles foram cercados por pistoleiros, resultando em ferimentos graves, como uma criança atingida na perna, um jovem baleado nas costas e outro com ferimento no maxilar causado por munição de grosso calibre.

De todos os feridos, há informações de que três indígenas foram levados ao hospital Bom Jesus de Toledo (PR), enquanto o indígena ferido no maxilar precisou ser encaminhado para Cascavel.

Os ataques anteriores, no final de dezembro do ano passado, haviam deixado outros feridos e resultado em incêndios de barracos e plantações, desabrigando as famílias e causando falta de alimentos e água potável.

A comunidade denuncia descaso das autoridades e questiona a minimização dos ataques, que têm sido tratados como “rojões” por membros da Força Nacional.

Em resposta à escalada de violência, o Ministério da Justiça determinou o aumento de 50% no efetivo da Força Nacional de Segurança Pública na área, com reforços totalmente operacionais neste sábado (4). Para a Força Nacional, foram apenas 4 feridos.

A Polícia Federal conduz as investigações para identificar os autores dos disparos, com apoio da Polícia Militar do Paraná e da Força Nacional. A área está sob vigilância contínua, com equipes de prontidão e sobreaviso acionadas para reforçar o patrulhamento e garantir a segurança dos indígenas.

A Guarda Municipal e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também estão apoiando as ações de proteção e monitoramento.

O MJSP reafirma o compromisso com a mediação pacífica e a prevenção de conflitos, buscando restabelecer a ordem e adotar medidas preventivas para evitar a escalada de tensões.

O conflito na região é histórico, decorrente da reivindicação dos indígenas por terras que teriam sido alagadas durante a construção da Usina de Itaipu e que não passaram por processo de demarcação. Agricultores também reivindicam direito à área.

*Fonte: CNN

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