O panorama mudou quando um sobrinho dele, o administrador Jussier Seabra, o encontrou no ano passado após uma busca incessante - quando até a própria família não acreditava mais que era possível achá-lo depois de tanto tempo.
Irmão foi adotado por parteira logo após nascer
O desencontro entre os irmãos começou desde o nascimento de Pedro, que é o irmão caçula de um casal potiguar que teve seis filhos. Assim que nasceu, ele foi doado pela mãe a uma parteira, que não podia ter filhos. Passou, então, a morar na cidade de Nova Cruz, no interior do Rio Grande do Norte. Aos 18 anos, partiu para São Paulo e, praticamente, sumiu.
Nos últimos anos, Jussier se dedicou à missão de encontrar o tio, a pedido da mãe dele, Salete Fernandes, que atualmente tem 84 anos. A missão era difícil, já que sequer o nome do parente ele sabia.
"Fui em cartório, conselho tutelar, entrei em contato com prefeitura [de Nova Cruz]. Eu sei que na última tentativa, em 2023, eu falei com 90% da cidade", contou Jussier.
Foram pelo menos duas tentativas frustradas. Jussier, então, apelou para as redes sociais e, em um vídeo que pedia ajuda para encontrar o tio, citou que o que ele sabia de informação era que o tio teria entre 75 e 80 anos e que os pais adotivos se chamavam Filomena e Pedro. E isso foi suficiente.
"Um sobrinho-neto do meu tio viu que era o nome dos avós dele, e disse que esse cara [Pedro Francisco, o tio] era primo dele. E entrou em contato", relatou Jussier.
Reencontro surpresa na véspera de ano novo
Após "achar" o tio, o próximo passo para Jussier era organizar o reencontro entre os irmãos, que virou uma surpresa. A data marcada para esse momento foi o dia 31 de dezembro do ano passado, quando Pedro desembarcou em Natal.
"Foi emocionante quando encontrei. Não disse nada pra ninguém. Foi uma surpresa pra todo mundo. Eu disse: 'Tem uma pessoa pra conhecer vocês'. Aí foi só alegria, festa, abraço, beijo. Ninguém esperava", contou Jussier.
Para Pedro Francisco, o irmão que estava perdido, a alegria foi rever não só os irmãos, mas conhecer também os sobrinhos e outros parentes que não havia tido a oportunidade.
Para Jussier, a lição que ficou foi a de nunca desistir. "Você que procura um parente que está perdido, nunca perca a esperança, sempre vá atrás, nunca está perdido".
*Do G1 RN