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03 abril 2022

NATAL-RN: Após completar 75 anos, Arcebispo de Natal prepara carta com pedido de renúncia ao Papa Francisco

Após completar 75 anos de idade no último dia 30 de março, o Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, se prepara para deixar o cargo que ocupou pelos últimos 10 anos.

Ele está concluindo uma carta de renúncia que deverá ser enviada ao Papa Francisco nos próximos dias, para dar início ao processo de sucessão.

No documento, o bispo faz um relato pessoal de sua trajetória e formaliza o pedido de renúncia - uma tradição entre os sacerdotes que chegam a essa idade desde o Concílio do Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965.

Após ter o pedido aceito pelo papa, Dom Jaime vai se tornar um arcebispo emérito, mas diz que não pretende se aposentar. Seu objetivo será ajudar especialmente na área social da igreja.

Natal tem outros dois arcebispos eméritos: Matias Patrício de Macêdo e Heitor de Araújo Sales.

"Me coloco à disposição para o serviço da igreja em uma outra dimensão, uma outra face", disse em entrevista ao g1.

"Nós, os eméritos, não nos aposentamos. Passamos a viver uma terceira parte da vida humana, mas também a servir a igreja numa outra dimensão. Eu posso muito bem colaborar com algumas áreas. Na minha vida, eu sempre me identifiquei muito com a dimensão social da fé, atuei no Observatório Social do Nordeste, temos boa relação com universidades, com instituições nesta área", lembra.

No entanto, Dom Jaime ainda deverá permanecer na administração da diocese metropolitana até a anunciação do seu substituto - processo que poderá demorar meses e até mais de um ano.

Nesse processo, ele mesmo será um dos consultados quanto ao sucessor, mas prefere não adiantar nomes, ou alimentar especulações.

Ao longo dos 10 anos em que esteve à frente da Igreja Católica em Natal e região, Dom Jaime afirma que atuou em várias frentes, começando pela preparação de um plano pastoral, passando pela organização financeira e contábil e mesmo estruturação física.

"Do ponto de vista econômico, estamos deixando algo muito organizado, com a introdução do sistema online - a cúria toda informatizada, com as informações das paróquias, sobretudo é a parte contábil e administrativa, e isso é uma coisa muito boa", pontuou.

O Arcebispo também lembrou que foi no período em que esteve à frente da diocese potiguar que o Rio Grande do Norte teve a santificação dos mártires de Cunhaú e Uruaçú.

"Eu saio com muito feliz com este balanço, sobretudo com a graça da canonização dos Santos Mártires. Nós somos uma igreja que goza da graça de invocar a intercessão dos 30 mártires. E assim vamos logrando essa colheita bonita de dez anos e pastoreio muito dinâmicos", disse.

Orientação ao sucessor

Questionado sobre o que viveu ao longo do ministério e o que deixaria de conselho ao seu sucessor, Dom Jaime lembra que conviveu com o período do regime militar e com o agravamento da censura no país. Participou inclusive das manifestação pelas "Diretas Já", em São Paulo, e pediu equilíbrio e diálogo na política.

"Hoje eu vejo com atenção, lamento bastante, que chegamos na política nacional à polarização. Agora estamos tentando conviver e compreender o momento presente. A minha postura, mesmo que alguns não compreendam, nem entendam, foi de sempre zelar muito pelas relações institucionais. Acompanhei todas as mudanças de governo do estado, cooperando, zelando pelas relações institucionais, a igreja de Natal sempre foi muito presente na realidade do nosso cotidiano, sem ingerência, mas sempre com a disposição de ajudar. Então ressalto a importância do diálogo, da cooperação", afirmou.

Perfil

Dom Jaime nasceu em 30 de março de 1947, na cidade de Tangará, na região do Trairi potiguar. Era o sétimo de dez irmãos e entrou no seminário aos 14 anos. Em fevereiro de 1975, foi ordenado padre, em Natal, e a primeira experiência presbiteral foi na Paróquia São João Batista, na cidade de Pendências, onde permaneceu por 12 anos.

Em fevereiro de 1987 assumiu a reitoria do Seminário de São Pedro, onde permaneceu por 8 anos. Nesse tempo, também desenvolveu as missões de vigário episcopal para as Pastorais Sociais, coordenador diocesano de Vocações e Ministérios e Diretor Espiritual do Encontro de Casais com Cristo (ECC). Também participou da atualização para formadores de Seminários em Roma, Itália.

Foi nomeado Bispo para a Diocese de Caicó-RN em novembro de 1995. A ordenação episcopal aconteceu no dia 06 de janeiro de 1996, na Basílica de São Pedro, em Roma, pelo então Papa João Paulo II.

De 2005 a 2011 foi bispo de Campina Grande, Paraíba, onde inscreveu-se na tradição dos bispos do Nordeste preocupados com o desenvolvimento da Região. Huntamente com representantes das universidades e outras instituições da sociedade civil, criou e preside até os dias atuais o Observatório Social do Nordeste (OBSERNE). De 2007 a 2008, acumulou o cargo de Administrador Apostólico de Guarabira.

A nomeação para arcebispo de Natal aconteceu em 21 de dezembro de 2011 e a posse, em Natal, se deu em 26 de fevereiro de 2012.

*Do G1 RN

28 março 2022

Eduardo Leite diz que deixará governo do RS e fica no PSDB: 'Não é sobre as prévias, sobre o partido, é sobre o Brasil'

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) — Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (28) que renunciará ao cargo e que permanecerá no partido. Ele deixa o governo próximo do dia 2 de abril, data limite dada pela Justiça Eleitoral para ter a possibilidade de concorrer à presidência da República. Caso optasse pela reeleição ao governo, não seria necessária a saída.

Leite não disse a qual cargo concorrerá na eleições de outubro, disse que está "se apresentando", mas relembrou as prévias do PSDB disputadas em novembro do ano passado – vencidas pelo governador de São Paulo, João Doria.

Nas últimas semanas, foi ventilada a saída de Eduardo Leite do PSDB para concorrer à presidência no PSD, partido de Gilberto Kassab.

"Não é sobre as prévias, sobre o partido, é sobre o Brasil. Não pode qualquer projeto outro estar acima do nosso sentimento de viabilizar uma alternativa para o país", disse Leite.

No sábado (27), o governador paulista João Doria defendeu a permanência de Leite no partido, mas chamou de "golpe" qualquer tentativa de colocá-lo como candidato à presidência pelo partido e relembrou das prévias.

"Diante de prévias realizadas com o amparo da Justiça Eleitoral, com investimentos também registrado na Justiça Eleitoral - foram R$ 10 milhões investidos para que o partido fizesse suas prévias – as prévias valem. Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe", afirmou Doria.

Apesar de ter sido derrotado nas prévias do PSDB à Presidência da República, o governador segue cotado para disputar o cargo. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (23), Eduardo Leite aparece com 1% das intenções de voto no cenário sem o governador de São Paulo, João Doria.

Leite, que não disse a qual cargo pretende concorrer, afirmou ter telefonado para João Doria antes do anúncio de renúncia.

"A renúncia me abre muitas possibilidades e não me retira nenhuma. Então, é importante dizer, a lei eleitoral exige que nós estejamos fora de um cargo executivo, a não ser que a única alternativa que se visualize seja a da reeleição", comentou.

Sem mencionar Leite, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta segunda que as prévias do partido devem ser respeitadas. O governador do RS, todavia, deixou em aberto a possibilidade de concorrer à Presidência, caso partidos aliados assim deliberem.

"As prévias são legítimas, nós respeitamos as prévias. Mas nós estaremos diante de uma discussão que envolve outros partidos políticos", ponderou o gaúcho.

Eduardo Leite ainda afirmou que deseja ser candidato à Presidência, mas que, para isso, depende de um projeto coletivo.

"Eu me sinto preparado, me sinto em condições, tenho vontade, tenho disposição para ser, sim, presidente. Mas ninguém é presidente pela sua mera vontade pessoal. Uma candidatura à Presidência não é levada por um projeto pessoal, ela é um projeto que tem que ser construído coletivamente", destacou.
Eduardo Leite e o vice, Ranolfo Vieira Júnior — Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Assim, o vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), assumirá o Palácio Piratini. A transferência do cargo deve ocorrer na quinta-feira (31). Leite disse que o vice é "um grande nome para liderar" o projeto do partido para o estado nas eleições de outubro.

"Conhece o governo, conhece o estado. Está por dentro dos projetos, participou de cada passo. É um grande nome para dar continuidade este projeto e é o nome que eu defendo", sustentou Leite.

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), que foi vice e sucessora de Eduardo Leite no município, também é cotada. Contudo, ela negou, nesta segunda, o interesse em concorrer. "Agradeço aos líderes do meu partido e da sociedade que cogitaram meu nome para disputar o governo do estado, mas decidi completar meu mandato, meu trabalho e minha missão", disse.

A última vez que um governador do RS renunciou ao cargo para concorrer a outro posto foi em 1990, quando Pedro Simon (MDB) ingressou na disputa por uma vaga no Senado. O vice Sinval Guazzelli (MDB) assumiu o Palácio Piratini na época.


*Do G1 RS