Segundo familiares, Gerde Luís passou cerca de duas semanas internado com coronavírus e estava na UTI, intubado há quatro dias, mas não resistiu e morreu por volta das 5h. Familiares disseram que foram chamados ao Hospital do Coração, depois que a morte do paciente foi confirmada.
O filho dele, o funcionário público, Gerdian Cabral, marcou com a funerária para buscar o corpo do pai às 18h, já que o sepultamento estava marcado para às 19h em um cemitério na Grande Natal, mas ao chegar ao local, foi informado que o corpo do seu pai já tinha sido liberado. Na documentação, constava a assinatura de outra pessoa.
Em nota o Hospital do Coração afirmou que na madrugada de terça-feira dois pacientes do sexo masculino que estavam internados na UTI do hospital faleceram e as famílias foram comunicadas para que fossem fazer o reconhecimento dos corpos.
"O filho de um dos pacientes, ao comparecer ao necrotério do hospital, fez o reconhecimento do corpo do outro paciente falecido como sendo o corpo do seu pai. Houve ainda falha do setor responsável ao não seguir nosso protocolo de conferência dos documentos necessários para a liberação do corpo para o sepultamento, o que contribuiu para a ocorrência constrangedora e inaceitável", informou a instituição.
A Direção do hospital lamentou o caso e informou que está tomando as providências necessárias junto à empresa funerária para que cada família possa fazer o sepultamento do seu familiar.
"Eu preciso sepultar meu pai. Já perdi meu irmão de 36 anos no dia 18 de fevereiro de Covid-19. A família está muito abalada, eu estou muito abalado e, infelizmente, passar por um constrangimento desse, em um período como esse, está machucando muito", afirmou Gerdian.
O filho da outro paciente falecido, que não quis ser identificado, afirmou que o hospital levou apenas um corpo para reconhecimento, e que ele o viu apenas através de um vidro. Além disso, os olhos estavam cobertos com gazes. Como o corpo era parecido e diante da emoção, ele acabou reconhecendo como o seu pai.
O caixão não foi aberto durante o enterro por risco de contaminação e, por isso, a família só percebeu o erro ao receber uma ligação do hospital durante a noite de terça (23). Ambas as famílias afirmaram que pretendem entrar na Justiça contra o hospital.
*Do G1/RN
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