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09 maio 2022

Mulher que cria 6 filhos sozinha em Natal quer abraços como presente do Dia das Mães: 'Nas horas mais difíceis, estão comigo'

Foto: Cleber Dantas/Inter TV Cabugi
O trabalho é grande até na hora de dormir. Afinal, são seis meninos em apenas um quarto. Um levanta do colchão de um lado, enquanto outro puxa do outro, até que finalmente a grande cama fica pronta para todo mundo descansar, se encaixando onte tem espaço.

As crianças da casa são a Júlia, de 14 anos; Vitória, de 12; Maria Clara, de 10; Victor, que tem 9 anos; Maria Heloísa, com 6; e João Guilherme, de 3.

Todos são filhos da Regina Fernandes, de 38 anos, que ainda lamenta o fato de a filha mais velha, de 21 anos, ter saído de casa depois de ter casado.

Regina é mãe solo e cria sozinha os seis filhos no bairro Dix-Sept Rosado. Os filhos mais velhos são do ex-marido. O mais novo foi de um relacionamento casual. Eles se espremem em uma casa de poucos cômodos, que ainda é dividida com o galo de estimação da família, que não tem nome.

No dia das mães, comemorado neste domingo (8), ela diz que quer ganhar um abraço de cada um.


É tanta gente junta que vez ou outra há confusão. "Júlia bagunça demais. Aí eu brigo com ela. É ela quem começa, diz Vitória.

"É ela quem começa. Mas rapidinho a gente está amiga de novo. A briga é quando nossa mãe não está em casa. Quando ela chega, a gente nem diz", retruca Júlia.

No geral, as crianças são tranquilas e ajudam a mãe também. Vitória, por exemplo, gosta de limpar a casa. Mas algumas atividades, Regina faz questão de realizar, como arrumar os filhos para a escola.

Na hora do café da manhã, uns comem na mesa, outros no armário - onde tiver espaço. Regina vira garçonete.

"O que é mais difícil é a rotina do dia-a-dia. Você acordar às 5h para fazer café, comprar o pão, escovar os dentes deles, dar banho, levar para escola. É uma correria grande. Eu não tive estudo. Então quero que eles estudem. Sejam enfermeiros, policiais, o que quiserem", diz a mãe.

Os filhos sabem retribuir da maneira deles. O jeito de Maria Clara agradecer é escrevendo cartinhas para a mãe. Tem até uma caixinha de papel pregada na parede onde ela coloca as mensagens, que mistram palavras e desenhos.

"Tive a ideia no colégio. Faço desenhos e escrevo, principalmente para a minha mãe", conta.

"É um amor grande que ele têm. Quando me separei, eles eram pequenos e me ajudaram, cuidaram de mim. Hoje eles estão maiores e seguem comigo", relata.

Para incrementar uma renda de R$ 1.800 reais das pensões dos filhos, Regina chegou a vender água mineral em semáforos de trânsito durante a pandemia. Mas parou de realizar o trabalho para levar e trazer os filhos da escola. Ela tem medo de deixá-los ir sozinhos.

Com sete filhos, ela tenta fazer uma laqueadura, mas nunca conseguiu fazer a cirurgia pela rede pública de saúde. Ela também sonha em ter uma casa própria, para poder sair do aluguel e deicar o imóvel para os filhos.

*Do G1 RN

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