“Essas coisas têm que ser decididas – num partido democrático como se supõe ser o PT – com as bases, com as pessoas discutindo. Eu me surpreendi. Viajei uma semana, voltei e tem um candidato do governo. Eu adoro Cadu. É botafoguense que nem eu. A gente é companheiro, é chapa, a gente fala, conversa. Mas eu não entendi qual foi a intenção do ‘entourage’ ali. Não sei de quem, dos estrategistas, sei lá de onde, porque não são do PT. Eu não soube de nenhuma reunião do PT que tenha decidido pela candidatura de uma pessoa do PT”, afirmou Cadu, em entrevista à rádio Cidade.
Nos últimos dias, Cadu passou a se apresentar como pré-candidato a governador e tem participado de agendas ao lado de Fátima Bezerra. Ele também passou a ter o nome defendido por nomes relevantes do partido, como os deputados estaduais Divaneide Basílio, Francisco do PT e Isolda Dantas.
O ex-senador criticou o que chamou de “caciquismo” dentro do PT, em referência à tomada de decisões no partido sem discussão interna. Ele lembrou das eleições de 2022, quando o PT decidiu apoiar o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo na disputa ao Senado. Na época, Jean era senador e foi impedido de disputar a reeleição. Segundo ele, a decisão foi uma imposição de Fátima e seu grupo.
“Em tese, haveria a possibilidade, e praticamente uma regra consuetudinária do PT, que quem está no seu cargo e está exercendo bem o cargo tivesse o direito de disputá-lo. Mas houve um entendimento de trazer o Carlos Eduardo para a chapa de Fátima – mesmo que soasse completamente estapafúrdio, porque ele tinha acabado de ser candidato contra ela, e com debates bastante acalorados e declarações bastante ruins sobre o Partido dos Trabalhadores, e apoiado Bolsonaro – para simplesmente a eleição ficar mais fácil”, afirmou Jean Paul.
Sobre 2026, Jean Paul Prates pediu ainda “respeito” a dois aliados do PT: o vice-governador Walter Alves (MDB) e o deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa. Os dois são normalmente citados como possíveis sucessores de Fátima Bezerra, especialmente Walter, que pode assumir o governo em abril de 2026, caso a governadora renuncie para ficar apta a disputar o Senado.
“Isso tem que ser discutido, principalmente pelo respeito que se tem que ter aos aliados, que foram aliados até agora, mesmo nas maiores dificuldades, Walter Alves e Ezequiel Ferreira, e que são nada menos do que vice-governador e presidente da Assembleia, respectivamente. Será que eles acharam legal isso, lançar um candidato do nada assim, fazer esse balão de ensaio?”, questionou.
*98 FM de Natal
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