Professora deixou o hospital em abril — Foto: Divulgação |
"Eu ainda não estou livre (dos sintomas). Eu estou com dificuldades na respiração, canso um pouco. É uma coisa que ainda está em processo. Sabemos que a doença atinge cada um de uma forma", contou.
Os primeiros sintomas da professora do Departamento de Letras e Artes da UERN apareceram cinco dias antes dela ser internada - ela teve primeiro uma irritação na garganta, depois a tosse e aí surgiu a febre. "Nesse tempo todo minha pressão estava muito alta", relatou ela, que é hipertensa, um dos grupos de risco do coronavírus.
"Quando eu fui internada, eu já estava com muita falta de ar. O pulmão já estava muito prejudicado, segundo me disseram os médicos depois dos exames iniciais".
Ela relata que dois sentimentos a marcaram no tempo em que ficou internada, principalmente no período da UTI: solidão e incerteza. "A UTI é um espaço muito isolado. É um sentimento de solidão ali. Não tem visita, nada, só os profissionais da saúde com os equipamentos de proteção para nos dar medicamentos, assistência", falou.
"A doença é uma coisa incerta. A gente tem consciência de que o que o médico está fazendo ali pode dar certo ou não".
Por isso, deixar o hospital recuperada, para ela, trouxe uma sensação de alívio. "Sair do hospital recuperada é um alívio muito grande. É uma gratidão que a gente sente. Essa doença é uma coisa que a gente não conhece direito. Não temos um conhecimento pleno ainda do que pode causar".
Lúcia Helena é professora da UERN — Foto: Cedida |
Atualmente em isolamento dentro de casa, ela se mostra preocupada com as pessoas que não estão levando à sério a gravidade da situação. "Quando eu vejo essas aglomerações, eu fico muito preocupada. As pessoas que estão lá fora não tem a noção do que é essa doença. Só quem passou sabe a força dela e também os profissionais de saúde que estão se dedicando diariamente, ajudando a salvar vidas".
*Do G1 RN