Os professores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte decidiram nesta quarta-feira (30) manter a greve da categoria iniciada em 7 de março. Em assembleia geral extraordinária na Escola Estadual Winston Churchill, na Cidade Alta, em Natal, a maioria dos educadores rejeitou a última proposta de reajuste salarial apresentada pelo Governo do Estado e optou por continuar com o movimento paredista.
Nesta terça-feira (28), a governadora Fátima Bezerra (PT) se reuniu com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN). Foi a 1ª reunião entre a categoria e a governadora desde que os professores entraram em greve.
Durante a reunião, Fátima apresentou uma nova proposta para pagamento do reajuste salarial de 14,95% ao qual a categoria tem direito.
A governadora propôs pagar o reajuste de maneira fracionada ao longo de 2023. A primeira parcela, de 7,21%, seria paga em maio; depois 3,61% em novembro; e 3,49% em dezembro. O aumento integral só seria pago em abril para quem ganha abaixo do novo piso (R$ 4.420,55), de modo que o reajuste equipare o salário a este valor, para que ninguém receba menos que isso.
Quanto ao retroativo, a proposta segue sendo pagar em oito parcelas ao longo de 2024.
Os professores da rede estadual cobram reajuste salarial integral de 14,95%.
Após a reunião desta terça-feira, a secretária de Educação, Socorro Batista, disse à imprensa que a governadora detalhou aos professores a situação financeira do Estado.
“A nossa governadora fez questão de colocar para a categoria a real situação financeira e fiscal do Estado. Daí a dificuldade de atendimento ao pleito que a categoria deseja e merece, que é o cumprimento do piso em um único percentual”, afirmou Socorro Batista.
A secretária disse, ainda, que a adesão à greve está na casa dos 35%.
A implantação do reajuste salarial integral de 14,95% para os professores, somada ao pagamento do retroativo do reajuste de 2022, gerariam para a folha de pagamentos do Governo do Estado um impacto financeiro de R$ 894 milhões neste ano, segundo projeção divulgada pela Secretaria Estadual de Planejamento e Finanças.
De acordo com a pasta, o impacto financeiro mostra que a implantação do reajuste integral é inviável neste momento, diante da realidade orçamentária do Estado. O secretário Aldemir Freire explica que os R$ 894 milhões consumiriam praticamente toda a folga de caixa que o Estado tem para 2023, que é de R$ 974 milhões. Inevitavelmente, o governo passaria a atrasar salários, ele conta.
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