Segundo a PF, ex-auxiliares de Bolsonaro foram ao exterior para resgatar as joias. A atitude foi tomada após o caso ganhar repercussão na imprensa e o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução dos objetos ao acervo da Presidência da República.
Mensagens analisadas pela PF mostram que Bolsonaro e seu entorno tinham receio de que a venda das joias fosse descoberta. O grupo temia implicações legais devido à apropriação dos objetos por parte do ex-presidente e queria esconder os indícios de que eles haviam sido levados ao exterior e vendidos posteriormente. As informações constam do relatório final do inquérito da PF sobre as joias, tornado público nesta segunda-feira (8).
Segundo a PF, Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, foi até a Flórida, nos Estados Unidos, para comprar de volta um Rolex vendido pelo ex-presidente e trazer de volta ao Brasil para devolvê-lo ao TCU.
O advogado se encontrou com Bolsonaro nos EUA e desabafou em áudio para a namorada sobre o assédio de seguidores dele.
“Era assim: um bolinho de gente lá tirando foto com ele, outro bolo igual tirando foto comigo, foi a coisa mais louca que eu vi na minha vida, cara. Isso do… isso porque eu tava do outro lado da calçada. De escondidinho, atrás de um poste pra não ser visto, mas não teve jeito. Puta que pariu! Fodeu!”, disse.
Wassef também pediu assento escondido no voo aos EUA para não ser identificado.
“Eu quero ficar colado. Cabeça, minha cabeça colada na fuselagem, deu pra entender? Ou seja, o banco, ele tem que tá… ele tem que tá deitado assim: com a cabeça apoiada no banco e na fuselagem, na parede do avião, olhando pra janelinha. É bem o contrário. Por favor! Porque, senão, aqueles banco é (sic) uma porcaria, tua cabeça fica no corredor, todo mundo passa, esbarra, olha pra tua cara e eu não posso, cara. Eu sou público, eu tenho que tá escondidinho ali”, disse em mensagem de texto para a atendente de uma agência de viagens, segundo relatório da PF.
*98 FM de Natal
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