Um investimento de R$ 11.355.426,60 está programado na construção, que será responsabilidade de três entidades sem fins lucrativos: a Associação de Apoio às Comunidades do Campo (AACC), a Cooperativa de Trabalho e Serviços Técnicos de Reforma Agrária (Cooptera) e o Centro de Estudos e Assessoria Aplicados ao Desenvolvimento (CEAAD).
Como forma de garantir o sucesso das obras pelas três entidades, a Sape/RN e o MDS promoveram um Curso de Barragens Subterrâneas, que aconteceu de 2 a 5 de setembro, com coordenação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA).
Os encontros tiveram maior foco teórico, com palestras tratando de tecnologias sociais e programas de políticas públicas para o semiárido brasileiro, a importância das barragens subterrâneas para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, seleção de local e solo apropriado para barragem subterrânea, etapas de construção, entre outros assuntos pertinentes.
Para o titular da Sape/RN, Guilherme Saldanha, o curso é um passo importante na execução de um projeto tão grandioso. “Além de oferecer conhecimento aos participantes do curso – que incluem os responsáveis pelas entidades, bem como fiscais das obras, que são servidores da Sape – esta é uma forma de garantir a eficiência de todo o investimento financeiro, o que demonstra uma responsabilidade com os recursos públicos e é o resultado de um bom planejamento, e que vem se concretizando conforme o idealizado. Confirmando assim o nosso compromisso no desenvolvimento do setor agropecuário do Rio Grande do Norte”, explica o gestor.
Além das discussões, aconteceu uma visita técnica no município de Poço Branco/RN, que oportunizou a construção coletiva de conhecimentos por meio da observação de experiências reais com a tecnologia de barragem subterrânea na região. Em outubro, estão programados encontros de imersão na parte prática do processo de construção das barragens. Na oportunidade, serão construídos modelos reais de barragens subterrâneas em local que ainda será definido.
Para o assessor técnico da Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC), que é vinculada à ASA, Cláudio Almeida, o benefício do acesso a este tipo de tecnologia social é a garantia de uma boa convivência com o semiárido, além da soberania e segurança alimentar da população contemplada. “São ações como essa que apoiam a agricultura familiar resiliente ao clima, que promovem a biodiversidade e conservação de biomas importantes, tanto do ponto de vista ambiental, cultural e econômico”, define.
“A erradicação da fome e da pobreza são as grandes protagonistas desta iniciativa. Cada barragem subterrânea irá representar o esforço das entidades participantes em proporcionar uma mudança de vida significativa às famílias que terão acesso”, explica a chefe da Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa em Recife, Sonia Lopes.
Após o período prático do curso, está previsto o início das obras, que seguem até junho de 2025. Esse é o prazo estipulado para que todas as barragens tenham sido entregues.
Barragem Subterrânea
A barragem subterrânea é uma estrutura que ajuda a armazenar água da chuva em regiões secas. O objetivo é reter a água e aumentar o nível do lençol freático, que é a camada de água subterrânea. Isso ajuda a melhorar a disponibilidade de água no solo, o que é especialmente importante em regiões secas.
A barragem é colocada em locais onde a água das chuvas tende a escoar, como em córregos e riachos temporários. Ela retém a água da chuva que passa por cima e infiltra-se no solo. É feita escavando uma vala no chão até chegar em uma camada de rocha impermeável. Em seguida, coloca-se uma manta de plástico flexível nessa vala.
Em resumo, a barragem subterrânea é uma tecnologia social de acesso à água, que ajuda a capturar e armazenar água da chuva para melhorar a disponibilidade de água em áreas secas.
*Agora RN