O apresentador Fausto Silva comoveu o Brasil ao revelar que está na fila para um transplante de coração, devido a um quadro de insuficiência cardíaca. Após a divulgação da notícia, o assunto passou a dominar as rodas de conversa nos quatro cantos do país. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 65.911 pessoas à espera de um coração, enquanto no Rio Grande do Norte apenas um paciente está na fila de transplante do órgão.
O estado passou 10 anos sem realizar transplante de coração, mas desde 2021 retomou as cirurgias, realizadas no Hospital Rio Grande por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). No Nordeste, apenas RN, Ceará e Pernambuco realizam o procedimento. Segundo a enfermeira e coordenadora do serviço de transplante cardíaco no RN, Jéssica Dantas, nos últimos dois anos o estado concretizou cinco transplantes, cujos pacientes vivem bem e saudáveis atualmente.
“Hoje temos um paciente em fila e alguns que estamos acompanhando e otimizando para que possam ser listados posteriormente”, diz Jéssica. “Otimizar” significa melhorar seu estado de saúde para que se torne apto a receber um novo coração.
O processo de transplante começa com uma ida ao cardiologista ou mesmo uma internação hospitalar, ocasião em que os médicos identificam que o paciente tem insuficiência cardíaca e não responde ao tratamento medicamentoso. Assim, passa-se a considerar o transplante para promover qualidade de vida e longevidade.
A equipe multidisciplinar do Hospital Rio Grande funciona de porta aberta e pode receber os pacientes encaminhados pelos especialistas para uma consulta. Munido de cartão do SUS, os pacientes são trazidos gratuitamente para se consultar com a equipe formada por três médicos cardiologistas. “Os médicos avaliam, veem se há necessidade de algum exame. Se for necessário, fazemos algum no hospital através do SUS e avaliamos esse paciente de maneira integral”, pontua a coordenadora.
A depender do resultado dos exames, é possível saber se o candidato pode ser colocado na lista de transplante e a partir daí é feito o painel imunológico no Hemonorte, que vai aferir se o paciente tem condições de receber o novo coração. Com o resultado positivo, o paciente é listado e entra numa fila de espera nacional, que é monitorada pela Central de Transplantes.
Apesar de controlada pelo Ministério da Saúde, a fila de transplante de coração é regionalizada, porque o órgão não pode ficar mais de seis horas fora do corpo. As equipes médicas têm exatamente este tempo entre retirar o órgão de um paciente e transplantar no outro.
“O ideal é que esse coração venha de local próximo. Já veio de Mossoró, João Pessoa, Recife, Salvador e Natal. Com a confirmação, nossa equipe vai fazer a captação e traz o coração, sendo a cirurgia de transplante realizada aqui mesmo”, descreve.
Outros transplantes
Dos 65.911 pacientes brasileiros à espera de um transplante, a maior fila é por um rim: com 36.960 pessoas no aguardo. A córnea aparece em segundo, com 25.689 pacientes e o fígado em terceiro, com 2.253. Já os que aguardam um novo coração somam 386 em todo o país.
Já no Rio Grande do Norte, 901 pacientes compõem a fila geral. São 308 à espera de um rim, 592 aguardando transplante de córnea e um na fila do coração. Neste ano, até agora, o RN realizou 113 transplantes, dos quais 81 foram de córnea, 29 de rim e três de coração. Ao longo de 2022, foram realizados 184 transplantes: 135 de córnea, 47 de rim e dois de coração.
Agora RN
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