A preocupação foi intensificada depois que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, contribuiu para a investigação da PF. Um relatório de 884 páginas, divulgado na última terça-feira 26 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, detalhou os indícios contra os investigados.
Indiciamento de Bolsonaro gera mudança de discurso
Parlamentares próximos a Bolsonaro, como os filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro, têm criticado publicamente as investigações, alegando motivações políticas e eleitorais. Nas redes sociais, o senador Flávio afirmou que o objetivo seria retirar Bolsonaro da disputa eleitoral, enquanto Eduardo acusou adversários de tentarem minar rivais políticos sob a aparência de democracia.
“A trama midiática contra @jairbolsonaro tem um único objetivo: tirar da corrida eleitoral o único nome capaz de derrotar Lula”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nas redes sociais.
“A nova estratégia da esquerda é deixar seus oponentes inelegíveis. Sem prender ou assassinar seus rivais políticos, eles visam manter ares de democracia no país dominado”, publicou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O debate sobre o futuro político de Bolsonaro também ganhou força com base em uma pesquisa eleitoral que aponta vantagem numérica do ex-presidente sobre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um possível confronto direto em 2026. A base bolsonarista aposta em um discurso de perseguição política para fortalecer a imagem do ex-presidente entre seus eleitores.
Alguns dos apoiadores ainda esperam que, apesar do cenário, as eleições brasileiras sejam semelhantes às eleições dos Estados Unidos. O senador Rogério Marinho (PL-RN) e secretário-geral do PL acredita que as operações que investigam Bolsonaro acabam fortalecendo sua imagem na política brasileira. “Isso só fortalece o presidente (Bolsonaro), porque quado você exagera e persegue um grupo político desta forma, isso se reflete na população”, afirma Marinho.
O vereador eleito Gilson Machado Filho (PL-PE), filho do ex-ministro do Turismo da gestão Bolsonaro afirma que também aposta nisso. “Eu acredito que (essa perseguição) só fortalece. Para a direita até vai ser bom prender Bolsonaro injustamente, porque o povo se comove com isso. Vai acontecer igual houve com Donald Trump”, diz.
*Informações do Estadão/Agora RN
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